Entrevista | Betagames Group e o primeiro jogo brasileiro de mundo aberto

Você já ouviu falar em um game brasileiro em desenvolvimento que se chama 171? Além disso, você já imaginou como seria um game de mundo aberto ambientado totalmente aqui em nosso país? E se eu te disser que essas duas perguntas têm uma resposta em comum?

Produzido pela Betagames Group, estúdio independente de São Paulo, o jogo 171 promete oferecer uma experiência ainda inédita para os gamers brasileiros: um jogo de mundo aberto explorável, nos moldes de GTA, mas com diferenciais que o tornam mais atrativo ao público daqui, como ambientes baseados em vizinhanças que vão lhe parecer familiares, carros baseados em modelos nacionais e ambientes internos exploráveis.

Para entender mais sobre 171, o Nerd Interior conversou com Diogo Moraes, CEO da Betagames Group, que muito gentilmente respondeu nossos questionamentos sobre o jogo, a empresa e o mercado atual de games. Confira esse papo logo abaixo.

Nerd Interior – Como surgiu a ideia de produzir um jogo de mundo aberto, especialmente ambientado no Brasil?

Diogo Moraes – É difícil encontrar alguém que não goste de games de mundo aberto hoje em dia, não é mesmo? Nós, por exemplo, adoramos a liberdade adotada nesses games, são verdadeiras obras de arte. Ao nos depararmos com mods que traziam conteúdos e até ambientes mesmo que fracionados do Brasil e de forma cada vez mais frequente, isso despertou nosso interesse e nos fez ver as possibilidades de uma criação dedicada para esse fim, pois não era apenas algo legal, mas sim algo que com o passar do tempo vimos que todos esperavam ver e não apenas nós. Vimos que havia uma necessidade do mercado, e ela seria preenchida com algo que não apenas nós, mas todos sempre quiseram: um game de mundo aberto inspirado no cenário brasileiro.

Qual será a história do game?

DM – Precisamos ter bastante cuidado para tratarmos desse tema, pois não podemos passar spoilers, pois isso acabaria afetando a jogatina quando lançado, mas fiquem tranquilos pois comentaremos somente o que não afetará a experiência: Nicolau Souza, um jovem sonhador de uma pequena e humilde comunidade localizada no interior do estado de São Paulo… Querido pelos seus vizinhos e amigos, Nicolau sempre demonstrou ser uma pessoa trabalhadora e de boa índole na vizinhança.

Nicolau mora de aluguel junto com seu irmão mais novo Rogério, ex-usuário de drogas e atualmente desempregado. Rogério ajuda seu irmão com serviços na casa em que moram para compensar, mas Nicolau é quem trabalha para manter os gastos da casa.

Certo dia, Nicolau volta do trabalho e encontra Rogério bastante machucado em casa. Nicolau o critica duramente falando que ele tinha voltado a ser o mesmo viciado que era antes. Rogério mesmo com dificuldades para falar afirma que antigamente ele teria errado sim, mas que tinha abandonado aquela vida que levava e que não era mais um viciado, disse também que ele nunca tinha visto as pessoas que o agrediram antes e que os agressores falaram que isso seria um aviso para você e que você saberia do que se tratava.

Surpreso e bastante assustado com o que acabou de ouvir, Nicolau tenta confortar Rogério dizendo que tudo isso era apenas um engano e que ele não deixaria nada disso acontecer novamente… mas logo Nicolau descobrirá que as coisas não serão tão simples quanto ele imaginou.

Vimos que vocês também aceitam doações e colaborações para ajudar no desenvolvimento do game. Como os interessados podem fazer para ajudar?

DM – Nós, assim como qualquer desenvolvedora independente, acabamos tendo dificuldades em certos recursos, equipamentos e até mesmo para investir no trabalho integral da equipe, pois o contribuímos apenas em horários livres e isso acaba implicando no ritmo de criação. Mas apesar de sempre reforçarmos isso, jamais levamos esse momento como um obstáculo, mas sim como uma oportunidade de buscar soluções alternativas, pois aprendemos a lidar com a dificuldade em situações recorrentes e isso nos submete a sempre possuirmos estratégias para contorná-las, pois iniciamos o projeto de forma independente sim, mas isso não quer dizer que temos que finalizá-lo sob as mesmas condições.

Acreditamos que essa é a ideologia que o mercado brasileiro precisa para crescer: temos que expandir nossos conhecimentos para irem além das áreas de criação para que com isso possamos crescer.
Sim, abrimos um espaço para contribuições em formas de recompensas que variam de acordo com o fundo aplicado via Patreon, onde retribuímos até com uma key do game assim que for lançado, ou até mesmo doações diretas via Pagseguro ou Paypal.

Existe alguma meta a ser arrecadada para ajudar na produção do game?

DM – Temos uma meta para que haja um financiamento completo da criação, mas apesar deste ser um espaço generoso e importante para o crescimento do projeto, ele não seria o formato mais ideal para discussão desses valores, entretanto, estamos abertos para novas propostas de investidores interessados no potencial do game através de nosso site.

Vocês têm alguma data para lançamento do jogo, de uma versão beta, demo, etc?

DM – Acreditamos que precisamos dar um passo por vez para que assim evitemos tropeçar com a criação, ainda não seria o momento ideal para discutirmos datas, mas confortamos a todos que estamos fazendo o possível para que a agenda esteja dentro dos parâmetros.

Vocês pretendem, de alguma maneira, trabalhar esse jogo no mercado internacional?

DM – Sim e inclusive temos algumas estratégias para que o projeto venha a ser conhecido no mercado internacional, o que acabará trazendo uma maior visibilidade para os estúdios brasileiros.

Vocês têm aliado o tempo na Betagames Group e em outros trabalhos, certo? Essa divisão tem comprometido o andamento de algum projeto, ou tudo caminha dentro do que vocês esperam?

DM – Possuímos outras ideias de projetos, mas caso optássemos por iniciar suas criações, alocaríamos uma equipe que ficaria dedicada a criação do mesmo, pois não vemos como produtivo manter duas criações com duas necessidades iguais serem feitas por uma mesma equipe, sendo ela indie ou não.

Pensam em um dia conseguirem se dedicar exclusivamente à Betagames? Acham que, de acordo como tudo tem caminhado para a empresa, isso é possível a curto prazo?

DM – Isso é perfeitamente possível. Não é nenhuma novidade que o mercado de games possui mais retorno que a música e o cinema juntos, então o devido investimento no setor só não acontece ainda pois o mesmo se limita, ao ponto de inviabilizar que investimentos aconteçam. O Brasil já possui uma mão de obra com grande potencial, cabendo a ele apenas apostar nas ideias para trazê-las para fora do papel, e isso não quer dizer que esse trajeto será feito completamente de forma independente e sem investimentos – esse é um terrível erro que geralmente acontece no meio indie.

Deve ser tratado que em algum ponto desse trajeto essa ideia despertará o interesse de algum investidor que viabilizará todo conceito restante a fim de publicar o game para o mundo, assim como a criação de um protótipo, por exemplo. Em outras, palavras o desenvolvedor precisa acreditar no projeto dele para que outras pessoas também passem a acreditar!

Vocês já tem um jogo anterior, Minta se Puder. Como funciona esse jogo? Como ele nasceu?

DM – O Minta se Puder foi criado em parceria com um conceituado especialista na área do padrão verbal e não verbal, a fim de preencher um pequeno nicho do mercado de pessoas que se interessam pela área ou até mesmo pactuam com o tema. O game se trata de uma ferramenta de treinamento para a detecção das 7 principais micro expressões involuntárias que o ser humano reproduz. Tais expressões acontecem de forma tão rápida que uma pessoa destreinada não consegue identificá-las, e por isso ferramentas como o Minta se Puder se tornam úteis.

Técnicas desse gênero são utilizadas por grandes corporações e até por agências do governo, mas iniciativas como a nossa tornam esse conhecimento viável a qualquer um que tenha interesse, a um custo baixo – pois até mesmo ferramentas estrangeiras do gênero, além de custarem valores expressivos, ficam disponíveis por tempo limitado.

Já existem ideias ou projetos para um novo game depois de 171, ou os esforços estão focados exclusivamente nesse game?

DM – Temos alguns projetos em mente, mas precisamos respeitar nossos limites e nos dedicar primeiramente a produção do game 171. Mas caso optarmos por um dia iniciar outra criação e a mantivermos em paralelo com o  171, será com uma equipe dedicada à mesma.

O mercado de games é muito competitivo, e isso só se torna mais difícil para empresas brasileiras e independentes. O que vocês acham que pode fazer a empresa se destacar e sobreviver? Qual seria o diferencial que vocês teriam para apresentar ao mercado?

DM – Antes de tudo precisamos entender que a competição é muito importante para o mercado, pois sem competição não há evolução. Isso acaba abrindo espaço para todos pois a criatividade não é gerada com o dinheiro, o que faz com que ela possa surgir em qualquer lugar. Grandes estúdios possuem uma grande falha que estúdios indies não compartilham, que é a capacidade de não se limitar a zona de conforto, pois um grande estúdio, muitas vezes pelo marketing, evita compartilhar novas ideias, o que pode trazer ou não grandes prejuízos futuramente e que as levam a inovar dentro de uma zona de conforto para evitar certos riscos.

Estúdios indies, por sua vez, podem investir mais em inovações para trazer ao público, o que acaba sendo discutido e filtrada a fim do conceito ser viabilizado ou não, antes mesmo de sua conclusão, dando a chance do estúdio alterar algo que não foi bem aceito a tempo, o que diminui possíveis riscos, trazendo um produto mais polido e agradável ao final de tudo. Alguns de nossos diferenciais já apresentamos, como interiores exploráveis, entre outros, que foram bem aceitos pelo público. Alguns outros estaremos disponibilizando em breve também!

Há um projeto em tramitação no Congresso sobre a redução de impostos para games no Brasil. Vocês acreditam que essa medida pode acontecer? Acham que realmente vai aquecer o mercado de games?

DM – Vemos que atualmente até o governo já possui interesse no crescimento do mercado de games no Brasil, onde o mesmo investe diretamente em estúdios através de programas como Brasil de Todas as Telas, mas compreendendo a curva de Laffer vemos que, apesar de ser uma iniciativa válida como um primeiro passo, essa atitude não seria a melhor estratégia para um aquecimento nacional relevante acontecer.

Mas com certeza, caso essa ideia legislativa seja colocada realmente em prática, promoveria um aquecimento mais substancial no mercado do que investimentos financeiros diretos em estúdios por parte do governo como o que acontece, e falamos isso com propriedade, pois somos um estúdio. Com isso o governo continuará arrecadando e o consumidor teria um poder de compra ainda maior, isso geraria mais necessidade do mercado pois mais títulos seriam produzidos e isso acabaria gerando até mais empregos.

Para conhecer mais sobre o game 171, acompanhar seu processo de desenvolvimento e até mesmo contribuir com a Betagames Group, basta clicar nesse link para ter acesso ao site oficial da empresa. E logo abaixo, você também pode acompanhar um gameplay com o jogo na fase de desenvolvimento em que se encontra atualmente:

One thought on “Entrevista | Betagames Group e o primeiro jogo brasileiro de mundo aberto

  1. pessoal vejam esse novo jogo para brasil jogo 171 brasil esse jogo novo vai ser muito legal mais nao precisa falar que e igual ao merda GTA DO BRASIL entao criar esse jogo vai ser melhor para jogar nos video games ps3,ps4,xbox one,pc em mundo ABERTO em 3 pessoa mostrando personagem corpo inteiro, é mais a historia tem que ser muito perfeita e criar pesonagem seria melhor para esse jogo 171 para que a pessoa conte a propria historia de que lado voce estaria da corrupção ou da policia para colocar essas pessoas erradas na cadeia. adicionar colocar bailes funk,lugares ocultos que a policia entre e de medo como as gangues vivem lugares escondidos entao criar personagem para escolher qual lado estar como criar personagem para andar de boa sozinho,ser um policia,ser um de uma gangue, e ter muito personagem mulher sexy e poder fazer tudo é ter bosses chefes das guangues e chefes grande mandando em tudo para detonar… poderia ter limited edition,completo coleçao e tudo…

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