Review | Depois Daquela Montanha

Pegue um romance de um escritor já conhecido e com leitores cativos, junte com um diretor estrangeiro e escale dois atores que chamam a atenção do público só por seus nomes. Pronto, essa é a receita para fazer um filme que, mesmo com tudo para se tornar interessante, acaba sendo apenas mais um no meio de milhares.

Depois Daquela Montanha (The Mountain Beetwen Us, no original) é o primeiro livro do escritor Charles Martin adaptado para as telonas, com direção do pelo israelense Hany Abu-Assad (Paradise Now). Alex (Kate Winslet, de Titanic), uma jornalista que está indo preparar seu casamento, e Ben (Idris Elba, de A Torre Negra e Thor: Ragnarok), um médico voltando de uma conferência, iriam pegar o mesmo avião, mas o voo é cancelado e os dois estranhos decidem fretar um jatinho. Contudo, durante a viagem o piloto sofre um ataque cardíaco e o avião cai em uma região montanhosa coberta por neve. Um romance começa a ganhar força enquanto eles tentam sobreviver, feridos e perdidos.

O material de publicidade do filme, como trailers e cartazes, já entregava que ele nasceu para ser um romance – até mesmo quem já leu o livro obviamente sabe disso. Assim sendo, quem espera outra coisa desta adaptação irá se decepcionar: o que a princípio parece ser um ótimo exercício de convívio em ambiente hostil e dilemas pessoais, acaba se tornando um romance fraco, digno da Reader’s Digest.

Apesar de excelentes em cena, resta muito pouco para Elba e Winslet fazerem. Falta apelo para aceitarmos o romance entre os dois, levando o espectador a torcer pelo improvável casal. Mas nem tudo é ruim em Depois Daquela Montanha. O local em que o avião da dupla cai rende paisagens belíssimas e a fotografia de Mandy Walker chama atenção – ao menos tiveram a decência de levar os atores para filmar na neve – mas é só o que dá para elogiar na produção, que tem um terceiro ato extremamente problemático, onde as escolhas feitas são difíceis de engolir.

É o típico filme que irá agradar àqueles que já costumam gostar de dramas que apostam em romances improváveis e de luta pela sobrevivência. Pelo menos, seu marketing já deixa bem claro do que se trata.

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