Review | Jumanji: Bem-Vindo à Selva

Em 1995, Jumanji era lançado nos cinemas numa época em que os filmes baseados em jogos de videogames estavam em alta: Street Fighter – A Batalha Final e Mortal Kombat – O Filme foram os grandes expoentes do gênero nos anos 90, porém Jumanji tinha outro foco e era basicamente adaptado em um jogo de tabuleiro que não existia, criado por Chris Van Allsburg em livro homônimo.

Com direção de Joe Johnston, o longa de 1995 é lembrado por muitos até hoje com nostalgia, sendo estrelado pelo saudoso Robin Williams, o filme virou um clássico por misturar fantasia e realidade em um show de efeitos especiais que estavam sendo explorados com exaustão à época – característica do próprio Johnston, que até ganhou Oscar de Efeitos por Caçadores da Arca Perdida em 1981.

Devido a este grande apreço dos fãs pelo filme original, a nova versão – que na verdade é uma continuação, mas sem muita ligação com seu antecessor – chamada de Jumanji: Bem-Vindo à Selva, assim que anunciada, não foi bem recebida, ainda mais pelo elenco repleto de figuras constantes em filmes de comédia, como Kevin Hart (Central de Inteligência) e Jack Black (As Viagens de Gulliver).

Na história, Jumanji recebe um upgrade, o jogo de tabuleiro é abandonado – apesar de aparecer – e vira uma fita de videogame empoeirada abandonada em uma escola. Assim que alguns alunos em detenção encontram o aparelho e a fita, decidem jogar e são sugados para o mundo virtual de Jumanji.

É interessante a troca de atores que o diretor Jake Kasdan (Professora Sem Classe) impõe na história, enquanto dentre os jovens alunos em detenção o ator mais conhecido é Alex Wolff (O Dia do Atentado), o grande foco fica para os personagens do jogo que eles escolhem.

Cada um dos avatares do jogo têm seu tempo de tela exato para aparecer e mostrar suas habilidades e fazem isso bem, mesmo que sigam estereótipos, a grande diferença é que, apesar da característica física de cada um, toda a personalidade dos alunos é levada junto, com isso, o medroso e tímido Spencer (Wolff) encarna no corpo musculoso de Dwayne Johnson (Velozes e Furiosos), o alto e atlético Fridge (Ser’Darius Blain do remake de Footlose) encarna no baixinho Kevin Hart, a bela e jovem Bethany (Madison Iseman da série Still the King) encarna no feioso e gordinho Jack Black, e a retraída e estudiosa Martha (Morgan Turner de O Invencível) vive a aventureira e atraente Karen Gillan (Guardiões da Galáxia). Tais trocas geram momentos cômicos, principalmente com The Rock e Jack Black – imaginem esse cara com trejeitos femininos – e alguns momentos ruins, como o exagero nas piadas com pênis e peidos e ao explorar toda a sensualidade da personagem de Gillan – numa cena desnecessariamente longa.

O roteiro do filme segue por um caminho óbvio e sem muitas pretensões, os jogadores vão passando por etapas até cumprirem seus objetivos e seguirem para o próximo passo, no estilo RPG, em diversas cenas de ação repletas de exageros. O vilão (Bobby Cannavale de Homem-Formiga) aparece apenas para mostrar que está ali, mas é pouco, já que suas primeiras cenas são promissoras. A aparição de Nick Jonas do grupo Jonas Brothers pode ser decepcionante para sua legião de fãs, pois seu personagem, um elemento surpresa, não tem tanta importância nem tanto impacto na história.

Jumanji: Bem-Vindo à Selva assume seu estilo aventureiro e sem aprofundamento de personagens, embora tente colocar um certo melodrama ao final do longa, tudo isso acaba sendo agradável enquanto dura e, mesmo que não entre para a história do cinema como o original de 95, serve como entretenimento.

 

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