Review | A Guerra dos Sexos

A cada ano, os famosos filmes Oscar bait aparecem. São produções que, basicamente, focam em angariar prêmios no principal evento de cinema de Hollywood, sempre tratando de temas polêmicos, redenção e atuações dramáticas que os velhinhos da Academia adoram.

Isso não chega a ser um demérito, mas uma boa aposta para os estúdios. Ainda mais com o atual movimento que foi instaurado em Hollywood – Moonlight já ganhara este ano depois do #OscarSoWhite – e agora com a polêmica do caso Weinstein, um filme onde o feminismo é discutido pode ser visto como forte candidato a disputar alguma coisa no Oscar, mesmo que não tenha sido lançado na temporada de premiações. Resta saber se ele terá força para sobreviver até lá.

A Guerra dos Sexos conta uma história real, ocorrida em 1973 durante o surgimento do movimento feminista, e seu nome vem da partida de tênis entre a campeã mundial feminina, Billie Jean King (Emma Stone de La La Land), e o ex-campeão dos homens, Bobby Riggs (Steve Carell de Foxcatcher – Uma História Que Chocou o Mundo), um dos eventos esportivos televisionados mais vistos de todos os tempos. À medida em que a rivalidade entre King e Riggs aumentava, fora de campo, cada um enfrentava batalhas pessoais.

O tema já havia sido explorado no filme When Billie Beat Bobby de 2001, mas foi uma produção menor e extremamente puxada para o lado da comédia, diferente daqui, onde vemos a dupla principal em diversos momentos de romance e atritos familiares.

Dirigido pela dupla Jonathan Dayton e Valerie Faris, que trabalhou em Pequena Miss Sunshine, o filme tem todas as características que a Academia adora e eu já citei acima. É um tema que está em voga e Emma Stone conduz com maestria sua personagem Billie Jean King, que se vê em um esporte extremamente machista onde as mulheres ganham menos, não recebem apoio dos chefões e então decidem se rebelar e criar seu próprio torneio.

Steve Carell é o contraponto da personagem de Emma Stone e interpreta o ex-tenista Bobby Riggs, um chauvinista convicto e que menospreza as mulheres. Ao ver que elas estão ganhando fama, ele decide desafiar qualquer uma para mostrar que é superior. Inicialmente, enfrenta a atual campeã na época, Margaret Court (Jessica McNamee de Entes Queridos) e ganha facilmente de sua adversária. Depois disso, King decide aceitar a proposta de Riggs e o enfrenta na partida que dá título ao filme.

Espalhafatoso

Carell consegue dar o estilo espalhafatoso que seu personagem possui, enquanto Emma Stone dá a sutileza e força que sua personagem requer, existem diversos momentos tocantes com ela e que são dosados sem partir para o dramalhão, sua cena final é espetacular.

Apesar da história possuir elementos que poderiam levá-la para um lado extremamente canastrão, a dupla de diretores nunca exagera nos pontos principais, o que é um grande mérito e pode fazer o filme se dar bem no Oscar.

A Guerra dos Sexos também traz alguns simbolismos durante seus 120 minutos de projeção, sendo o principal deles a atitude de Riggs após as partidas de tênis contra as mulheres, quando pula a rede e invade a quadra feminina, uma atitude que não é comum no tênis mundial, já que os adversários costumam se cumprimentar em suas próprias quadras.

Um filme que traz um fato histórico importante para as mulheres e que, com certeza, será visto com atenção durante as premiações. É Oscar bait? Pode ser, mas não merece ser desprezado por isso.

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