Review | A Torre Negra

Adaptações dos livros de Stephen King já ganharam seu espaço no cinema, desde os mais famosos À Espera de Um Milagre e Um Sonho de Liberdade, passando pelos mais cultuados pelos fãs do terror como Cemitério Maldito e O Iluminado. A adaptação de A Torre Negra vem tentando sair do papel há dez anos, encontrando dificuldades com o alto custo, desistência de atores e mudanças de estúdio.

Com direção de Nikolaj Arcel (O Amante da Rainha), acompanhamos Jake Chambers (Tom Taylor, em sua estreia no cinema), um garoto de 11 anos que tem sonhos estranhos com outra dimensão onde ele vê, quase sempre, a figura de um pistoleiro, uma torre e um homem usando roupas pretas. Ele faz vários desenhos baseados nesses sonhos, mas ninguém dá muita atenção ao garoto e ele chega a ser visto como louco até pela mãe.

Esses desenhos são visões que o garoto tem sobre o Mid-World, onde o pistoleiro Roland (Idris Elba, de Thor) habita e tenta defender a todo custo a Torre Negra dos ataques do feiticeiro Walter (Matthew McConaughey, de Killer Joe). A jornada de aventura do garoto Jake tem início ao lado de Roland e, para um primeiro filme da franquia que demorou tanto a sair, até que está de bom tamanho.

Idris Elba parece estar à vontade no papel do pistoleiro. O garoto Tom Taylor se mostra um bom nome para a continuação da franquia e Matthew McConaughey é o elo fraco dos protagonistas, entregando um vilão caricato demais e sabotado pelo roteiro.

A curta duração do filme pode ser vista como um problema. Enquanto alguns vão gostar por ser uma história direta, sem muita enrolação, os fãs dos livros – e o espectador mais exigente – se sentirão sabotados por algumas pontas soltas e o raso desenvolvimento do pistoleiro e do feiticeiro.

A intenção do diretor Arcel é não se prender demais aos livros, tentando contar a história à sua maneira – ou à maneira do estúdio? Com isso, tudo passa rápido demais e a vontade de entregar uma história que sirva como piloto pode ter sido um tiro no pé.

Existem ainda alguns pontos interessantes – bons ou não – a serem destacados: os diálogos entre Jake e Roland tem um certo drama e a ligação entre os dois é excelente, mesmo que por vezes soe piegas. As cenas de ação e os monstros não são de grande alarde, mas cumprem o seu papel de entreter. Inclusive há uma boa cena de tiroteio com o pistoleiro, mas sua curta duração deixa a sensação de que poderia ter durado mais.

Mesmo com esses problemas, é possível encarar A Torre Negra como uma aventura infantojuvenil sem muitas pretensões. Este primeiro filme se mostra disposto a nos apresentar os personagens e o ambiente em que eles vivem, mesmo sem grande desenvolvimento destes pontos. Assim como na Terra e em Mid-World, existe o lado bom e ruim. A experiência de cada um é que vai dar o tom.

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