Atraso. Esta é a palavra de ordem envolvendo este escriba e também esta resenha de Capitão América: Guerra Civil. Explico. Eu e o amigo Marcos Kimura marcamos presença na cabine de imprensa promovida pela Disney no último dia 20, no Cinemark do Shopping Eldorado. Congestionada como sempre, a capital paulista nos fez crer que chegaríamos atrasados. Não chegamos. Mas chegando lá, a exibição atrasaria mais de uma hora, por um detalhe técnico.
Enfim, após tantas aventuras, a maior delas estava prestes a começar. Desde que os primeiros materiais surgiram, a dúvida é a mesma: estamos falando de um terceiro filme do Capitão América ou de um Vingadores 2.5? A resposta? Um pouco de cada. O drama do homem fora de seu tempo Steve Rogers e sua busca por James Buchanan Barnes, o Soldado Invernal, está lá. Mas também estão lá Homem de Ferro, Máquina de Combate, Viúva Negra, Feiticeira Escarlate, Visão, Homem Formiga e Falcão, além de duas (aguardadas) estreias: Pantera Negra e Homem-Aranha.
A trama é inspirada na saga de Mark Millar e Steve McNiven que chacoalhou o universo dos quadrinhos Marvel. Como o próprio Steve Rogers diz, ser herói não significa salvar todo mundo. Assim, os governos do mundo se reúnem para cobrar pelos estragos registrados e sugerem o Tratado de Sokovia, obrigando os heróis a se registrarem e atuarem sob coordenação da ONU.
Tony Stark, traumatizado por um evento recente, abraça a ideia. Steve Rogers, ferrenho defensor da liberdade, sequer pensa em assinar. Pronto, está formado o campo de combate. Neste ponto, os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely abrem duas frentes. Na primeira, a busca do Capitão América pelo Soldado Invernal, acusado de um ataque terrorista que tem entre as vítimas o pai de T’Challa, príncipe de Wakanda. Na segunda, a formação das equipes para um inevitável confronto entre as duas frentes.
Enquanto a ação se desenrola, os roteiristas traçam com perfeição os caminhos para que as duas histórias cheguem a um ponto de encontro. E na batalha do aeroporto, os irmãos Joe e Anthony Russo comprovam o que todo mundo sabia desde Capitão América: Soldado Invernal. Eles sabem como ninguém montar uma grande cena de ação.
Assim como na batalha, cada personagem tem seu tempo de cena, todos muito bem distribuídos. Mas, logicamente, o momento mais aguardado será aquele reservado para Tom Holland, o novo Peter Parker/Homem-Aranha. Para não estragar a surpresa, posso adiantar apenas que se trata da melhor encarnação do personagem desde sua estreia na telona.
Arquitetando os detalhes para a batalha está Daniel Brühl, que apresenta nos cinemas um (Barão) Zemo bem diferente daquele que conhecemos dos quadrinhos. Com inspirações mais “simples”, é interessante observar seu poder de manipulação.
Enfim, assim como Batman vs Superman – A Origem da Justiça, este Capitão América: Guerra Civil coloca os heróis frente a frente, mas com uma diferença: uma motivação mais palpável, mas nem por isso, livre de sentimentalismos. Diferente do que disse lá no começo, nada está atrasado no Universo Cinematográfico Marvel. Pensado desde o início como um todo, ele alcança níveis nunca antes imaginados e abre a Fase 3 da editora nos cinemas com momentos de verdadeiro orgulho nerd.
OBS: Atrasado MESMO só o review deste escriba. Desculpa aí!
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