Review | De Canção em Canção

Terrence Malick (A Árvore da Vida) tem um estilo totalmente peculiar e que foge do convencional de Hollywood. Sua maneira de tratar as emoções e desenvolvimento de seus personagens torna a experiência de assistir seus filmes algo bastante intimista e que exige demais do espectador. De Canção em Canção (Song to Song) é mais um desses filmes em que o diretor “joga” uma ideia e faz seus personagens flutuarem ao redor dela enquanto vamos nos habituando a eles.

Na história, acompanhamos os talentosos Rooney Mara (Carol), Ryan Gosling (La La Land – Cantando Estações), Michael Fassbender (X-Men: Apocalipse) e Natalie Portman (Closer) no cenário musical de Austin, no Texas, enquanto seus personagens vivem dois triângulos amorosos envoltos em conflitos internos, intrigas e traições.

Começamos falando da cena musical de Austin – que reserva participações de Patti Smith e Iggy Pop, entre outros – e que deveria dar a tônica da trama, mas infelizmente se torna um elemento totalmente dispensável, que pouco agrega.

O grande trunfo do filme é Rooney Mara, que tem uma personagem muito bem desenvolvida. Os demais nomes do elenco entregam personagens pouco atraentes, ficando aquém do que poderia ser exigido de ótimos atores, como a excelente Cate Blanchett (Blue Jasmine) – que aparece poucos minutos em tela. Outro destaque fica para a fotografia de Emmanuel Lubezki, parceiro de longa data de Malick.

De qualquer forma, De Canção em Canção é um bom filme, onde o tema central é interessante e capaz de prender a atenção. Porém, a exagerada pretensão de Malick, o pouco uso da cena de Austin e os seus já conhecidos devaneios fazem com que o filme não tenha a mesma força de seus outros trabalhos.

BIOGRAFIA

O diretor e roteirista Terrence Malick nasceu em Ottawa, Illinois, e cresceu no Texas e em Oklahoma. Trabalhou para as revistas Newsweek, Life, The New Yorker, e ensinou Filosofia no MIT antes de estudar no American Film Institute. Escreveu e dirigiu importantes filmes considerados obras-primas do como Cinzas no Paraíso (1978, vencedor do Prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes e do Oscar de Melhor Fotografia), Além da Linha Vermelha (1998, Urso de Ouro de Melhor Filme no Festival de Berlim e Nomeado a sete Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor) e Árvore da Vida (2011, Palma de Ouro no Festival de Cannes e nomeado a três Oscar). Escreveu e dirigiu também os filmes Terra de Ninguém (1973), O Novo Mundo (2005), Amor Pleno (2012), Cavaleiro de Copas (2015) e Voyage of Time (2016). Atualmente, está finalizando seu novo filme, Radegund.

 

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