Review | Mindhunter (1ª temporada)

Estreou há pouco na Netflix a série Mindhunter,  projeto que reuniu os pesos pesado David Fincher (Garota Exemplar) e Charlize Theron (Atômica), ambos como produtores executivos e ele ainda dirigindo quatro episódios. Houve rumores que Charlize faria um papel no show (desconfio que seria o de Wendy Carr), mas provavelmente a concorrida agenda da estrela não permitiu. Para quem gosta de obras que recriam não só o visual, como o espírito de uma época, e com serial killers ainda por cima, é tiro e queda. Eu mesmo, maratonei os 10 episódios em 24 horas.

A série é baseada no best-seller Mindhunter – O primeiro caçador de serial killers americano, de John Douglas, agente que praticamente criou a moderna Unidade de Ciência Comportamental, responsável por traçar perfis de serial killers. Sim, se você é fã de Criminal Minds trata-se da mesma unidade desse seriado, e os personagens Jason Gideon e David Rossi são inspirados em Douglas. O Jack Crawford criado por Thomas Harris para os livros Dragão Vermelho e O Silêncio dos Inocentes também se baseia nesse agente especial, que na série da Netflix vira Holden Ford.

Ele é interpretado pelo ex-Glee Jonathan Groff, possivelmente mais famoso por ser a voz de Kristoff em Frozen. No início, em meados dos anos 70, ele é negociador de reféns e professor da matéria na academia de Quantico. Ele percebe que há um novo tipo de crime e criminoso que não se encaixa nas categorias tradicionais do FBI, e que pode ser fruto dos novos tempos dos EUA, pós-Vietnã, Contracultura e Watergate.

Ele se transfere para a Unidade de Ciência Comportamental, que é composta apena pelo veterano Bill Tench (Holt Mcallany, de Clube da Luta), que percorre o país ensinando técnicas modernas de investigação pelas delegacias do país. Ford passa a acompanhá-lo para aproveitar as viagens para visitar e entrevistar serial killers famosos em hospitais psiquiátricos e penitenciárias.  O primeiro é Ed Kemper (Cameron Briton, se você procurarem a cara do sujeito na Internet, é igualzinho), conhecido como “Assassino de universitárias”, com quem consegue as primeiras pistas sobre como lidar com esse novo tipo de criminoso, que ainda não era categorizado.

O conhecimento adquirido nas entrevistas com Kemper permite que Ford e Tench ajudem na captura de alguns assassinos, mas ambos percebem a necessidade de transformar o que descobriram em ciência, e para isso entram em contato com a doutora Wendy Carr, interpretada por Ana Torv, de Fringe. Eles formam o tripé da Unidade de Ciência Comportamental, que de um sala no porão, acaba ganhando atenção e recursos graças aos resultados.

Inicialmente apresentado como um nerd boa pinta, o contato de Ford com crimes e criminosos hediondos e o sucesso inicial dos seus métodos começam a afetar seu comportamento, ilustrado no relacionamento com a namorada Debbie Mitofrd (Hannah Gross). Um incidente com um diretor de escola mostra que a elaboração de perfis psicológicos não devem virar Minority Report.

Embora tenha a participação do mesmo David Fincher de House of Cards, não acho que esse programa vá repetir o sucesso de público da série estrelada por Kevin Spacey. Não por que não seja bom, o que é, mas pelo ritmo bem mais lento, mas necessário para contar uma história tão fascinante. A confiança no produto é alta, tanto é que os prólogos da maioria dos episódios são deixas para uma segunda temporada. Fincher tem fé no seu taco.

 

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