Review | O Destino de Uma Nação

Joe Wright (Orgulho e Preconceito) consegue fazer de uma história possivelmente cansativa um filme empolgante de se acompanhar, graças ao seu dinamismo e à cinematografia aplicada em O Destino de Uma Nação.

Claro, muito disso se deve a Gary Oldman (O Espião que Sabia Demais), que encarna um Winston Churchill que rouba os quase 120 minutos para si, sem exageros. Os demais do elenco, Lily James (Baby Driver), Kristin Scott Thomas (Suíte Francesa) e Ben Mendelsohn (Una) são meros coadjuvantes de luxo.

O trabalho de composição de Oldman para o velho Churchill é incrível. Não só pela maquiagem em si, mas também por seu sotaque, olhares, postura e trejeitos. Além disso, um Churchill extremamente humano e vulnerável é mostrado aqui. Desde o princípio do longa vemos Churchill sufocado – assim como as tropas britânicas nas praias de Dunkirk – tanto pela pressão da corte britânica, quanto pelos colegas de gabinete de guerra que ele mesmo selecionara. Mas também vemos seu lado amável em casa ao lado da esposa Clementine.

Para tal “sufocamento”, Wright utiliza em diversos momentos a câmera no rosto de Oldman, além de enquadramentos que “aprisionam” o primeiro-ministro em cena, seja em sua cama, com a mesa de café da manhã em seu colo, ou em seu banheiro particular no centro de comando de guerra – os famosos Churchill War Rooms. É até irônico que a redenção de Churchill, dramaticamente falando, seja dentro de um vagão de metrô, cercado de pessoas, numa das cenas mais belas e emotivas do longa.

Um filme que não poderia ter saído em ano melhor, já que 2017 também rendeu ao cinema Dunkirk, de Christopher Nolan, duas histórias que andam em paralelo.

 

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