Review | Os Defensores

Os Defensores deveria ser para a Marvel/Netflix o que O Vingadores foi para o estúdio de cinema Marvel: o ápice de uma fase. Não foi. Roteiro mal-ajambrado, diálogos risíveis e direção sem imaginação. Um ponto positivo foi o enxugamento de 13 para oito episódios, o que evitou as barrigas das predecessoras. Mas não as conversas sem graça ou importância.

Na reunião de Mathew Murdock/Demolidor (Charlie Cox, de Stardust), Jessica Jones (Krysten Ritter, de Breaking Bad), Luke Cage (Mike Colter, de MIB 3) e Danny Rand/Punho de Ferro (Finn Jones, de Game of Thrones), o inimigo é novamente o Tentáculo. A organização criminosa finalmente mostra seus cinco braços (ou dedos) nas figuras dos já conhecidos Madame Gao (Wai Ching Ho, que já havia aparecido nas duas temporadas de Demolidor e em Punho de Ferro) e Bakuto (Ramon Rodriguez, o antagonista de Punho de Ferro), mais Murakami (Yutaka Takeuchi), Sowande (Babs Olusanmokun) e a líder Alexandra (Sigourney Weaver, a eterna Ripley de Alien). Esta ressuscita a guerreira e ex-namorada de Murdock, Elektra Nachios (Elodie Yung, de Deuses do Egito) para que se torne Céu Negro, a grande arma do Tentáculo para atingir seu principal objetivo.

Sigourney dá peso à sua personagem, mas o poder que ela emana do alto de seu 1,80 metros e três indicações ao Oscar acaba se perdendo ao longo dos episódios. Se no início, a ameaça a Nova York representada pela organização do mal parece terrível, e é a razão pela qual os heróis se reúnem, o que descobrimos no final é totalmente decepcionante. Sério que o Tentáculo move céus e terras nos cinco continentes, lideram uma horda de ninjas para isso?

Quanto aos protagonistas, o roteiro faz até piada do quanto Punho de Ferro é burro, Mathew Murdock hesita em assumir o Demônio de Hell’s Kitchen enquanto advoga de graça, Jessica Jones ainda tenta lidar com os demônios do passado e Luke Cage termina de pagar sua dívida com o sistema penal e volta ao Harlem. Dos coadjuvantes, Colleen Wing (Jessica Henwick, uma das Serpentes de Areia de Game of Thrones) consegue um desfecho de seu arco iniciado em Punho de Ferro, Claire Temple (Rosario Dawson, de Sin City, a única atriz presentes em todas as série Marvel/Netflix) finalmente se acerta com Cage, mas Karen Page (Deborah Ann Woll, de True Blood), Trish Walker (Rachael Taylor, de Transformers) e Foggy Nelson (Elden Henson, de Jogos Vorazes: A Esperança) pouco tem a fazer além de correr perigo. A policial Misty Knight (Simone Missick), que agora chefia uma força-tarefa, passa o tempo metendo o bedelho nas investigações dos heróis e, quando entra na ação, acaba se dando mal (ainda que seja um fan-service).

Os Defensores decepciona os fãs de HQ e séries de TV, mas, ao mesmo tempo, os personagens dos quadrinhos são a única coisa que interessa, mesmo quando tem versões pobres como Elektra, criação de Frank Miller no início de sua fase revolucionária com o Demolidor. A gente se diverte com os easter-eggs e não muito mais que isso.

 

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