Review | Rei Arthur – A Lenda da Espada

O novo Rei Arthur chega aos cinemas com grande pompa e circunstância, muito devido à presença de Guy Ritchie na direção. O diretor conhecido por atualizar as histórias de Sherlock Holmes, agora faz o mesmo repaginando a lenda do Rei Arthur.

Rei Arthur – A Lenda da Espada é um filme de origem. A história começa com o assassinato do Rei Uther (Eric Bana), cometido pelo seu irmão Vortigern (Jude Law), que sempre desejou o reino de Camelot. Ainda criança, Arthur testemunhou a cena e fugiu do reino. Foi criado por prostitutas e aprendeu a se virar sozinho, recebendo treinamento em lutas e armas. Já adulto, Arthur (Charlie Hunnam) é o único que consegue remover da rocha a lendária espada Excalibur, que segundo uma profecia, transformaria o dono desse feito no próximo monarca, situação essa que o colocará novamente no caminho do Rei Vortigern.

Guy Ritchie optou por mudanças bastante significativas em relação à história tradicional e conhecida. As ausências de Merlin e Lancelot podem ser sentidas, mas dentro do que a história se propõe acaba fazendo sentido, já que os acontecimentos – para chegar ao ponto que conhecemos – estão apenas começando. As mudanças deixaram o novo filme mais distinto em comparação às versões anteriores, principalmente em relação aos elementos mágicos, que sem dúvida foram pensados e inseridos para uma maior proximidade com produções de sucesso recentes como O Senhor dos Anéis e Game of Thrones.

Mas diferente dos épicos citados acima, Ritchie consegue construir uma versão mais pop, esteticamente interessante, utilizando movimentos de câmeras inusitados e montagens alternadas, que servem bem à narrativa. Essas escolhas deixam o longa ágil e bastante divertido.

Aliás, assim como fez com o Sherlock de Robert Downey Jr., Ritchie transforma Arthur em um personagem bastante acessível e bem carismático, muito graças ao desempenho de Charlie Hunnam. O ator – conhecido principalmente pela série Sons of Anarchy – é apaixonado pelo personagem e cresceu assistindo o filme de 1981, Excalibur. Hunnam assumiu todos os riscos e demonstra grande desenvoltura tanto nas cenas de lutas quanto nos momentos dramáticos.

O elenco de coadjuvantes também se destaca. As presenças de Jude Law, Djimon Hounsou e Aidan Gillen, entre outros, ajudam na construção da história. No final, a aventura fica devendo em relação a alguns efeitos visuais mal realizados e ao forçado gancho para uma continuação – que seria muito bem vinda.

Em visita ao Brasil para divulgar o filme, Charlie Hunnam falou que existe a intenção de fazer novos filmes, mas que isso depende da aceitação do público e a bilheteria gerada pelo longa. Se depender da bilheteria americana, Rei Arthur não deve ter sequências, já que o longa fracassou por lá. Resta saber se o mercado internacional salvará o Rei Arthur e seus Cavaleiros da Távola Redonda.

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