Review | Tokyo 42

Tokyo 42, produzido pela Smac Games, empresa sul-africana dos irmãos Sean Wright e Maciek Strychalski, é claramente inspirado em dois ícones dos jogos que surgiram nos anos 90, a série Syndicate e Grand Theft Auto, quando este ainda era animado em 2D. Mas teria ele absorvido a inspiração necessária para trazer o melhor destes jogos para os dias atuais?

Infelizmente, a resposta é não. Tokyo 42 acaba sendo o típico jogo que não sabe tirar proveito da sua construção de mundo competente, desperdiçando a com mecânicas desequilibradas, confusas e frustrantes. Nele, você encarna um habitante desta Tóquio futurista que é acusado injustamente de um assassinato e, para descobrir o que está acontecendo precisa, acreditem, matar pessoas.

Com visão isométrica, Tokyo 42 acaba não conseguindo aproveitar a interessante e fascinante Tóquio construída para o jogo, que abusa da verticalidade e possibilidade de exploração por parte do jogador. A cidade se apresenta em toda sua heterogeneidade, com cada área específica sendo representada com cores e, até mesmo, música diferentes, o que denota todo o cuidado ao se criar o universo em que se passa Tokyo 42. Em razão da competente construção desta megalópole futurista, a flexibilidade em planejar as formas de abordagem de uma determinada missão é um prazer, já executá-las, nem tanto.

Como um bullet hell, as mecânicas implementadas pelo título infelizmente não conversam com o ambiente em si. Mirar, que deveria ser uma tarefa relativamente simples em jogos do tipo, é complexa – com comandos questionáveis como travas de mira, por exemplo – e a utilização do ambiente como proteção é tão ineficaz quanto. O resultado é um bullet hell desequilibrado em que você sempre estará em desvantagem. Não estranhe se em grande parte da história você optar pela abordagem mais stealth, mesmo quando ela não parece ser a melhor escolha.

Potencializado pela confusa mecânica de tiro, as missões apresentadas no jogo, em determinado momento, passam a ser repetitivas, entrando em uma rotação eterna de missões como atingir determinado alvo de determinada maneira, incitar um confronto entre grupos etc. Por fim, a movimentação da câmera não é livre e você precisa apertar os botões de ombro dos controles para ela se movimentar, o que, em meio ao caos do tiroteio – e dos comandos – a tarefa acaba não sendo das mais fáceis.

Tokyo 42 ainda possui um modo multiplayer nos moldes da trilogia Ezio de Assassin’s Creed em que sua missão é tentar se passar ao máximo como um NPC enquanto caça um alvo específico dado a você. No entanto, não conseguimos testar o modo, já que não encontramos jogadores disponíveis nas tentativas que fizemos.

 

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Tokyo 42 está disponível para PC, PS4 e Xbox One.

Este review foi produzido com uma cópia de Xbox One gentilmente cedida pela Promoter App.

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