Review | Uma Família de Dois

Chega aos cinemas nesta semana Uma Família de Dois, produção anglo-francesa que é um veículo para o carisma de Omar Sy, revelado da comédia dramática Intocáveis e que daí partiu para Hollywood (X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, Jurassic World e Inferno).

O papel do malandro bon vivant Samuel é quase uma repetição de Driss, o personagem que o consagrou em 2011. Só que agora, o que o obriga a crescer é uma filha deixada pela mãe, Kristin (Clémence Poésy, que a maioria vai lembrar como a Fleur Delacoeur da franquia Harry Potter), que foge em seguida. Desesperado, ele parte atrás da moça em Londres com o bebê a tiracolo, deixando para trás la vie en rose que levava como piloto de iate na Riviera Francesa.

Ajudado por Bernie (Antoine Bertrand, de Meus 533 Filhos), um produtor de cinema gay, consegue um trabalho com dublê para criar a menina Gloria (a franco-americana Gloria Colston, cujo sotaque ianque em plena Inglaterra é explicado de maneira inusitada), e durante nove anos inventa histórias mirabolantes para explicar a ausência da mãe, até que Kristin reaparece.

A trama é, na maior parte, previsível, mas o interesse é mantido por uma dúvida que permanece até o final. É só aí que o filme acontece, e preparem os lenços porque descascar cebola é fichinha.

A direção de Hugo Gélin, em seu segundo longa-metragem, é decididamente fraca, deixando ao charme de Omar Sy o trabalho de carregar o filme (mas nem sempre funciona). Clémence Poésy tem o mérito de não deixar sua mãe desnaturada virar uma mera vilã na trama, Antoine Bernard se equilibra entre a bicha de caricatura e o amigo fiel e a menina Gloria adoça a cena, mas não é nenhuma Abigail Breslin.

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