Review | Sobrenatural: A Última Chave

James Wan talvez seja o grande nome do terror na atualidade. Desde 2004, com o sucesso de Jogos Mortais, o diretor e produtor desenvolveu mais três franquias: Sobrenatural (não confundir com o seriado Supernatural), Invocação do Mal e Annabelle. A primeira chegou aos cinemas em 2011 e desde então, ganhou mais três capítulos. Sobrenatural: A Última Chave, que chega aos cinemas esta semana, é o mais recente.

Assim como nas demais produções ligadas ao nome de Wan, existe um trabalho cuidadoso em interligar os filmes, sempre respeitando os personagens e dando continuidade à história deles, sem inserir outros em continuações desnecessárias e caça-níqueis – como os slashers faziam. Mesmo assim, ao chegarmos neste quatro da franquia, a pergunta é: como conseguiu chegar tão longe? Após uma ótima estreia, as continuações acabaram se perdendo em um humor bobo e histórias que, mesmo interligadas, parecem apenas pequenas do filme original de 2011.

Em Sobrenatural: A Última Chave, seguimos os passos da médium Elise (a ótima Lin Shaye, da franquia Ouija), mais uma vez contando com a ajuda dos trapalhões Specs (Leigh Whannell, de Jogos Mortais, e que dirigiu o capítulo 3 de Sobrenatural) e Tucker (Angus Sampson, presente desde o início da franquia), agora enfrentando um mal que assola a casa na qual ela passou a infância.

O filme começa muito bem, mostrando uma Elise ainda criança com sua família, composta pelo irmão medroso, a boa mãe e o pai opressor. Aos poucos, descobrimos que ela está descobrindo sua mediunidade e já é atormentada por fantasmas. De volta aos dias atuais, acompanhamos a experiente médium recebendo mais um pedido de ajuda. Esta abertura serve para coletarmos informações que servirão futuramente para o desenrolar e conclusão da trama, mostrando que este filme não é apenas mais um “filme-situação”, ele realmente traz algo que agrega à franquia e a seus personagens, claro, com foco em Elise.

Evolução

O humor – um grande “problema” das partes 2 e 3 da franquia e centralizado na dupla Specs e Tucker – está mais contido, ainda que uma ou outra cena mais boba insista em marcar presença. No entanto, percebe-se uma evolução: saber a hora de se fazer graça. As piadas nunca aparecem nos momentos mais tensos. O diretor Adam Robitel (A Possessão de Deborah Logan) não apela tanto para os sustos – o que é um alívio para quem não gosta ou uma pena para quem adora – mas a tensão se faz presente e os arrepios estão garantidos.

O medo é subjetivo, e é incrível como um elemento – antes amedrontador – que descobrimos no terceiro ato do longa, junto com Elise, consegue elevar Sobrenatural: A Última Chave a outro patamar. Nada que o torne excelente ou uma obra-prima do terror, mas é uma fuga dos clichês do gênero e vem muito bem a calhar, livrando a história de ser apenas mais um terror genérico.

Porém, Sobrenatural: A Última Chave também tem falhas. Mesmo que consiga escapar de ser um filme sem identidade, Robitel e o roteirista Leigh Whannell seguem por caminhos óbvios diversas vezes – claro, já estamos na quarta parte de uma franquia onde conhecemos muito bem os três personagens principais, com isso, o filme falha exatamente ao inserir novos personagens, que só servem para causar momentos de sustos esperados, flertes desnecessários e ações estúpidas.

Para finalizar, algumas atitudes de Elise também são meio nonsense, mas a grandiosa Lin Shaye parece se divertir fazendo isso, então está valendo.

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