Review | Stranger Things 2

Após o surpreendente sucesso de Stranger Things em 2016, seus criadores, os irmãos Matt e Ross Duffer disseram que a segunda temporada seria desenvolvida como um filme de nove horas. Tanto é que o título que aparece nos créditos é Stranger Things 2, como uma continuação de cinema.

Quando um programa faz tanto sucesso como este em sua primeira temporada, fica difícil segurar a peteca, mas os Duffer – com indisfarçável ambição de se tornarem uma grife como as Wachowski ou os Cohen – mantiveram o nível lá no alto e, possivelmente, até mais alto este ano. Parte do mérito é da Netflix, que antes mesmo dos oito episódios do ano passado irem ao ar já deu sinal verde para o desenvolvimento de uma continuação, o que deu fluência de uma temporada à outra.

Um ano após o retorno de Will (Noah Schnapp), ele vive episódios em que se vê no Mundo Invertido, e que é diagnosticado pelo cientista que substituiu Martin Brenner (Mayhew Modine) na instalação de pesquisa do governo, Dr. Owens (Paul Reiser, de Mad About You), como estresse pós-traumático (lógico que não é). Mike (Finn Wolfhard, de It: A Coisa) ainda espera a volta de Eleven (Millie Bobby Brown), enquanto Lucas (Caleb McLaughlin) e Dustin (Gaten Matarazzo) se interessam pela recém-chegada Max (Saddie Sink), uma skatista da Califórnia que também é craque nos videogames.

Aliás, se a nova versão de It: A Coisa mostrou enorme familiaridade com Stranger Things, a chegada desta garota ruiva como Beverly reforça a impressão, ainda mais na relação disfuncional com o irmão Billy (Dacre Montgomery, de Power Rangers), um bullier na linha do Henry Bowers de It, mas com pretensão de ser Kevin Bacon em Footloose.

Nancy (Natalia Dyer) continua a namorar o bonzão Steve (Joe Keery), mas mantém amizade com o esquisitão Jonathan (Charlie Heaton, futuro X-Men: Novos Mutantes), de quem obviamente é afim, mas não assume.  Na busca por uma resolução para a morte de Barbie (Shannon Purser), Nancy e Jonathan vão se associar ao jornalista de teoria de conspiração Murray Balman (Brett Gelman).

Joyce (Winona Rider, que ressuscitou neste papel) começou a namorar o geek Bob Newby (Sean Astin, um easter egg em pessoa, já que foi um dos Goonies e o Sam de O Senhor dos Anéis) e escaldada pelo que aconteceu com Will, superprotege o filho ao nível do constrangimento. Quando seus maiores temores acontecem, é ela que traz uma solução, quase como uma repetição das luzinhas da primeira temporada. O delegado melancólico Jim Hopper (David Harbour, que já foi anunciado como o novo Hellboy) se esforça em acobertar os acontecimentos de um ano antes, com ótimas razões. Seu arco é um dos mais interessantes da temporada.

Dois diretores de cinema conhecidos assinaram alguns episódios. O mais famoso é Andrew Stanton, um dos grandes da Pixar graças a Procurando Nemo e Wall-E, e Shawn Levy, responsável pela franquia Uma Noite no Museu e showrunner da série.  Os irmãos Matt e Ross Duffer, criadores da atração, assinam os dois primeiros e os dois últimos capítulos desta temporada.

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