Review | Thor: Ragnarok

Assim como acontece nos quadrinhos, os heróis têm evoluído também nas telonas. Com bilheterias astronômicas, as adaptações são um dos nichos mais rentáveis do mercado cinematográfico, permitindo que franquias ganhem longevidade e possam apresentar os personagens de diferentes maneiras. Thor: Ragnarok comprova isso e diferente dos dois primeiros filmes do personagem, aposta em cenas grandiosas de ação e muita comédia, uma característica já marcante nas produções da Marvel Studios.

Em Thor, de 2011, coube ao shakespeariano diretor Kenneth Branagh nos apresentar a origem do personagem, a perda dos seus poderes – e a consequente busca por se tornar novamente digno, nada mais clássico – além de sua paixão pela humana Jane Foster (Natalie Portman), inserindo no Universo Cinematográfico Marvel mais um importante membro dos Vingadores.

Dois anos depois, o diretor Alan Taylor apresentou Thor: O Mundo Sombrio, uma pesada tentativa de oferecer grandiosidade aos atos do asgardiano, cuja missão era livrar nosso mundo do elfo negro Malekith. Infelizmente, a aventura não salva a si mesma e é um episódio descartável dentro do Universo Cinematográfico Marvel. Paixões e traições se misturam, apenas para aumentar a decepção do espectador.

Sakaar

Após aventuras ao lado dos Vingadores, Thor (Chris Hemsworth) está de volta, na mais divertida jornada do personagem desde a sua estreia. Sim, até mesmo o Deus do Trovão dispara piadas. Depois de livrar a Terra da ameaça de Ultron, Thor resolve investigar uma misteriosa visão do futuro e logo de cara enfrenta Surtur, o Deus do Fogo, em uma cena que dá o tom do restante do filme. Está desenhado o Ragnarok, que na mitologia nórdica significa o fim de tudo – e um novo começo.

Ao voltar a Asgard, descobre que Odin está perdido na Terra e ao lado do irmão Loki (Tom Hiddleston), volta para descobrir o seu paradeiro. É então que revela-se a vilã, Hela (Cate Blanchett, deslumbrante como sempre), que colocará Asgard de pernas para o ar. Loki e Thor acabam em Sakaar, um mundo governado pelo Grão-Mestre (Jeff Goldblum, em um de seus melhores papeis nos últimos tempos) e famoso por seu Torneio de Campeões.

Ali, Thor é obrigado a enfrentar o amigo Hulk (Mark Ruffalo) e conhece Valkíria (Tessa Thompson), com quem irá formar um novo supergrupo ao lado de Loki. Daí em diante, a aventura se desenvolve com criaturas estranhas e um colorido que homenageia o mestre Jack Kirby. A mistura de ação e comédia é predominante e as “novas” características de Hulk garantem bons momentos de interação com o protagonista, algo que já vimos no primeiro Vingadores.

Assim como aconteceu com James Gunn em Guardiões da Galáxia, a Marvel aposta na escalação de um diretor revelação e acerta. O neozelandês Taika Waititi (O que Fazemos nas Sombras) apresenta um Thor mais acessível, em um filme claramente voltado ao público infantojuvenil. E qual o problema disso? Para este que vos escreve, nenhum. Pela primeira vez, me diverti em um filme solo de Thor.

Para os fãs que vivem discutindo as diferenças entre Marvel e DC Comics (esta considerada mais sombria e realista), Thor: Ragnarok comprova que, em um mercado tão vasto e rentável, existe espaço para todo tipo de filme. Se o próprio Thor deixou o Mundo Sombrio para abraçar o colorido e fazer piadas, então podemos crer que não existem fórmulas ideais. Importante mesmo é se divertir.

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