4 out 2025, sáb

90 Decibéis, com Benedita Casé Zerbini, estreia no Festival do Rio

Criado e escrito por Julia Spadaccini, com direção de Fellipe Barbosa, o filme 90 Decibéis será exibido pela primeira vez no Brasil, no Festival do Rio, no dia 4 de outubro. A sessão faz parte da mostra Première Brasil Hors-Concours e acontece às 21h45, no Cine Odeon.

Protagonizado por Benedita Casé Zerbini, que faz sua estreia como atriz, o longa do Núcleo de Filmes dos Estúdios Globo conta a história de Ana, uma mulher que está gradativamente perdendo a audição, e mostra de que forma isso transforma a sua vida pessoal e profissional.

No elenco, nomes como Maurício Destri, Stefano Carta, Leandro Ramos, Pedro Neschling, Bukassa Kabengele, Haonê Thinar, Andrea Neves, Cleber Tolini, Pedro Fernandes e Jadson Abraão, entre outros, e participações especiais como Isabel Filardis, Bel Kutner, Amaury Lourenzo, Yohama Eshima, Pedro Henrique França e Luciano Mallmann.

“Estávamos muito ansiosos para apresentar o filme para o público brasileiro. O filme tem no elenco uma maioria de atores que são pessoas com deficiência, o que ainda é bastante raro no audiovisual. A gente queria muito abrir esse debate no nosso país”, conta a autora Julia Spadaccini. O filme estreou no Festival do Cinema Brasileiro de Paris.

“Estrear 90 Decibéis no Festival do Rio, na minha cidade, é muito emocionante. Eu já fui tantas vezes ao festival como espectadora e agora volto como atriz, estreando como protagonista em um filme urgente, que tem tudo a ver com a minha história”, destaca Benedita Casé Zerbini. “Trata-se de uma história sobre pertencimento, afeto e representatividade, e que tem um elenco majoritariamente composto por pessoas com deficiência – atores incríveis, talentosos, que precisam ser vistos. É um convite para o público enxergar nossas vivências, dores e potências, não nos definindo apenas pelas nossas deficiências”.

Para escrever 90 Decibéis, a autora Julia Spadaccini se baseou em sua própria experiência na surdez. Assim como a Ana, Julia foi diagnosticada com perda auditiva bilateral neurossensorial progressiva já na idade adulta, é oralizada mas tem surdez profunda e ouve com o auxílio de aparelhos.

Julia Spadaccini, Benedita Casé Zerbini e Fellipe Barbosa (Foto: Globo/Manoella Mello)

Capacitismo

Na trama, Ana (Benedita Casé Zerbini) é uma advogada bem-sucedida, mãe de Theo (Bernardo Thalhofe), de sete anos. Depois de se envolver em um acidente de trânsito com o filho no carro, ela percebe que a perda auditiva que já vinha notando há um tempo está se intensificando.

Ana procura um otorrino e a audiometria confirma: ela tem uma doença degenerativa dos cílios dos ouvidos que irá progredir até ela só conseguir ouvir os sons a partir de 90 decibéis, ou seja, está caminhando para a surdez profunda. O médico aconselha o uso de aparelhos.

Em um primeiro momento, Ana fica em negação, mas logo percebe que não há como fugir de sua nova condição. Ela, então, precisa se adaptar, não só aos aparelhos auditivos, mas a toda uma nova realidade, uma nova identidade. Ela precisa se reinventar.

Em uma sociedade extremamente capacitista, perde o emprego e se depara com um mercado de trabalho muito cruel com as pessoas com deficiência. Até que consegue um emprego no posto acessível chefiado por Sidney (Leandro Ramos) e um novo mundo se apresenta para ela.

Lá, faz novas  amizades na equipe, especialmente com Regininha (Andrea Neves) e Yara (Haonê Thinar), e vive um novo amor.

90 Decibéis tem produção de Mauricio Quaresma e Raphael Cavaco e supervisão artística de José Luiz Villamarim.

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