Depois da Caçada, de Luca Guadagnino e estrelado por Julia Roberts; a seqüencia do terror O Telefone Preto; e a animação brasileira Eu e meu Avô Nihonjin são os lançamentos da semana nos cinemas. O clássico O Mágico de Oz está sendo exibido na telona como uma antecipação de Wicked: Parte 2, e o Assista Mulheres comemora seus 10 anos com a exibição de Jeanne Dielman, de Chantal Akerman, eleito em 2022 pela revista Sight and Sound como o Melhor Filme de Todos os Tempos.
Em Depois da Caçada, Alma Imhoff (Julia Roberts) é uma professora universitária apaixonada pela sua profissão. No entanto, ao receber uma notícia surpreendente, a sua vida é completamente transformada. Maggie Price (Ayo Edebiri, de O Urso), a sua aluna prodígio, realiza uma denúncia extremamente grave contra um de seus colegas de profissão. Enfrentando um grande desafio, além de precisar lidar com a acusação feita contra Hank Gibson (Andrew Garfield, o Espetacular Homem-Aranha), Alma precisa tomar cuidado para que um segredo obscuro de seu próprio passado não venha à tona. O diretor Luca Guadagnino ficou famoso com Me Chama pelo seu Nome, que revelou Timothée Chalamet, e de lá para cá se tornou um nome de respeito na Sétima Arte, culminando em seu Rivais ano passado, um dos filmes mais injustiçados na temporada de premiações. Depois da Caçada gerou debates por conta do questionamento da cultura do cancelamento e mesmo do movimento Me Too.
Em O Telefone Preto 2, a jornada do menino que fugiu parece só ter começado. Quatro anos após matar e escapar de seu sombrio cativeiro, Finney tem dificuldade de superar seu trauma, e sua obstinada irmã mais nova Gwen começa a receber chamadas do telefone preto em seus sonhos, que se tornam recorrentes quando três garotos são perseguidos num acampamento chamado Alpine Lake. Decidida a investigar a origem dessas visões, Gwen convence Finney a visitar o local durante uma tempestade de neve. O que os irmãos descobrem que existe uma ligação perturbadora entre a história de sua família e o assassino que os atormenta. O diretor Scott Derrickson assinou, além do Telefone Preto original, Entre Montanhas, longa lançado este ano no Apple TV+, com Anya Taylor Joy e Miles Teller.
Eu e Meu Avô Nihonjin acompanha de perto a história de Noboru, um menino de 10 anos que resolve investigar a vida de seus antepassados. Por conta de sua descendência japonesa, ele busca saber sobre a origem migratória de sua família, e o único que pode ajudá-lo é seu avô, um senhor que evita falar do passado. No entanto, com a insistência do neto, a animação brasileira desenhada a mão com traços de mangá típicos do Japão é tomada por uma série de conflitos, mostrando um homem que nunca quis deixar de ser japonês e uma criança que busca afirmar a sua identidade brasileira. No meio disso, Noboru descobre a existência de um tio que nunca havia conhecido.A direção é de Célia Catunda, de Peixonauta – O Filme.
Acho que não estamos mais no Kansas…
O clássico O Mágico de Oz volta aos cinemas com a missão de dar as referências para Wicked: Parte 2, que estreia em novembro. No Kansas, Dorothy (Judy Garland) vive em uma fazenda com seus tios. Quando um tornado ataca a região, ela se abriga dentro de casa. A menina e seu cachorro são carregados pelo ciclone e aterrisam na terra de Oz, caindo em cima da Bruxa Má do Leste e a matando. Dorothy é vista como uma heroína, mas o que ela quer é voltar para Kansas. Para isso, precisará da ajuda do Poderoso Mágico de Oz que mora na Cidade das Esmeraldas. No caminho, ela será ameaçada pela Bruxa Má do Oeste (Margaret Hamilton), que culpa Dorothy pela morte de sua irmã, e encontrará três companheiros: um Espantalho (Ray Bolger) que quer ter um cérebro, um Homem de Lata (Jack Haley) que anseia por um coração e um Leão covarde (Bert Lahr) que precisa de coragem. Lançado no ano mágico de 1939 – mesmo ano de ...E O Vento Levou, No Tempo das Diligências e O Morro dos Ventos Uivantes – O Mágico de Oz foi um fracasso no seu lançamento, tornando-se um ícone cultural americanos por causa de suas reprises na televisão.
O Melhor Filme de Todos os Tempos…da última semana
Jeane Dielman, eleito pela revista Sight and Sound como o Melhor Filme de Todos os Tempos, edição 2022, segue três dias na vida da personagem título (Delphine Seyrig, atriz do muito mais famoso O Ano Passado em Marienbad), uma mulher ainda jovem, porém viúva, que mora com o filho adolescente. A rotina enfadonha e a clareza de pequenos gestos e detalhes dessa mulher que cuida da casa enquanto o filho está na escola e se prostitui ocasionalmente. A junção do sufocamento pela rotina com o fato dela atender aos clientes em casa conduzem Jeanne a um trágico final. A diretora belga Chantal Akerman revelou que o comportamento obsessivo da personagem foi inspirado no de sua mãe. A revista Sight and Sound faz a lista de Melhores Filmes de Todos os Tempos a cada dez anos, e o eleito de 2012, Um Corpo que Cai, foi superado em 2022 por esta obra de 1975. A sessão comemorativa dos 10 anos do Assista Mulheres, na próxima terça-feira, será uma chance rara de conferir seus méritos, ainda mais porque ele dura cerca de três horas e vinte.