Nosferatu é o primeiro grande lançamento de 2025

A nova versão de Nosferatu, desta vez sob a direção de Robert Eggers, de A Bruxa e O Farol, é o primeiro lançamento importante nos cinemas em 2025.

Nosferatu originalmente nada mais é que uma versão pirata do Drácula de Bram Stoker, criada pelo mestre do expressionismo alemão, F.W. Murnau. A história se passa nos anos de 1800 na Alemanha e acompanha o rico e misterioso Conde Orlok (Bill Skarsgård, o Pennywise de It – A Coisa) na busca por um novo lar. O vendedor de imóveis Thomas Hutter (Nicholas Hoult, o novo Lex Luthor de Superman) fica responsável por conduzir os negócios de Orlok e, então, viaja para as montanhas da Transilvânia para prosseguir com as burocracias da nova propriedade do nobre. O que Thomas não esperava era encontrar o mal encarnado. Todos ao seu redor aconselham abandonar suas viagens, enquanto, longe dali, Ellen (Lily-Rose Depp, de O Rei) é continuamente perturbada por sonhos assustadores que se conectam com o suposto homem que Thomas encontrará e que vive sozinho num castelo em ruínas nos Cárpatos. Aaron Taylor-Johnson (o Kickass), Willem Dafoe (Pobres Criaturas) e Emma Corrin (Deadpool & Wolverine) também estão no elenco.

Max Shreck e Bill Skarsgard como Nosferatu

Pesquisando no IMDB, há várias versões de Nosferatu ao longo dos mais de 100 anos do personagem, mas apenas duas interessam: o original de Murnau, de 1922; o remake de Werner Herzog de 1979; e vou incluir uma menção honrosa. Murnau copiou descaradamente o Drácula de Stoker, que so ganharia uma versão cinematográfica oficial em 1931, com Bela Lugosi no papel principal e direção de Todd Browning, de Freaks. Nosferatu virou um clássico imediato do Expressionismo alemão, mas sofreu um processo legal por parte de Stoker, que fez com que as cópias do filme fossem recolhidas e destruídas. Felizmente, rolos que se encontravam em outros países se salvaram e usados anos depois para reconstituir a obra-prima.

Isabelle Adjani e Klaus Kinski na versão de Herzog, de 1979

O cinema alemão viveu um renascimento pós-guerra nos anos 60 e 70, liderado pelos diretores Rainer Werner Fassbinder, Wim Wenders e Werner Herzog. Este resolveu fazer sua própria releitura de Nosferatu – que aqui ganhou o subtítulo O Vampiro da Noite – com seu ator-fetiche Klaus Kinski no papel título e a estrela francesa Isabelle Adjani como seu objeto de desejo.

A figura de Max Shreck como o Nosferatu original era tão impressionante que em 2000 o roteirista Steve Katz e o diretor E. Elias Merhige fizeram um longa chamado A Sombra do vampiro, em que Shrek era um vampiro de verdade no meio do ste comandado por Murnau, vivido por John Malkovich. O Shreck-Nosferatu foi encarnado por Willem Dafoe, que está nesta versão de 2024.

Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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