Review | Amigos Imaginários (Cinema)

Amigos Imaginários, de John Krasinski, é um amalgama de referências a filmes da Pixar, Mansão Foster para Amigos Imaginários (na tosca tradução brasileira), Steven Spielberg e muitos outros? Sim. Mas é feito com alma pelo diretor e roteirista e o resultado é bem bom.

Be (Cailet Fleming, de The Walking Dead) é uma garota de 12 anos que já passou pela perda da mãe e agora vê o pai (Krasinski) às vésperas de uma cirurgia cardíaca. Para isso, retorna ao apartamento da avó (a ótima Fiona Shaw, de Killing Eve e True Detective: Night Country) em Nova York, onde passou a infância. Em meio ao turbilhão de emoções do medo de perder o pais e a volta ao lugar em que cresceu e foi feliz, Be descobre que o apartamento acima é habitado por um homem misterioso chamado Cal (Ryan Reynolds), um enorme monstro de pelúcia chamado Blue e a abelha antropomórfica Blossom. Eles fazem parte de uma comunidade de amigos imaginários que se perderam de suas crianças depois que elas cresceram, e que se abrigam num asilo localizado embaixo do parque de diversões abandonado de Coney Island.

Assim como em Um Lugar Silencioso, Krasinski interpreta um pai zeloso, que neste caso tenta reconectar sua filha à sua infância. Be, no entanto, por conta da perda da mãe, tenta se mostrar adulta, repelindo as brincadeiras do pai. Quem acaba assumindo o papel no filme é o Cal de Ryan Reynolds, que parece ser a ponte entre ela e o universo dos amigos imaginários.

Krasinski espalha easter eggs referentes à mitologia desses seres, começando com o clássico Mau Amigo Harvey, de 1950, que passa na TV – de tubo – do apartamento da avó; passando por desenhos animados, brinquedo de épocas variadas, tendo até a dragão de Shrek e uma sutil citação a Calvin e Haroldo, a melhor dupla de criança e amigo imaginário de toda cultura pop. Como se fosse filme da Pixar, Krasinski tenta atingir não apenas as crianças, mas também os pais, que talvez se identifiquem mais por conta das referências pop um tanto antigas.

O filme cresce quando Be abraça a missão de conectar os seres que só ela enxerga com outros humanos, que a levará a novas descobertas e revelações. É quando o coração do filme se revela e o roteiro entrega um final bem escrito e comovente. Dane-se que não é original, Funciona e ponto.

 

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