Grandes franquias, filmes de super-heróis, remakes de clássicos, reboots e spin-offs. Hoje em dia, todos os grandes estúdios de Hollywood recorrem a pelo menos um desses tipos de produção para fazer bilheteria, o que não é pecado nenhum. Faltava à Paramount algo nesse sentido, para que o estúdio pudesse ter algo grandioso em que apostar, ainda mais por ser um spin-off oriundo de Transformers, uma franquia que ia muito mal das pernas.
Bumblebee reune várias das características que os blockbusters dos anos 2000 costumam ter: é um filme com herói (automotivo, mas é), tem boas cenas de ação e pode vir a ser um reboot da franquia Transformers caso vá bem na bilheteria.
Dirigido por Travis Knight (Kubo e as Cordas Mágicas), Bumblebee não merece louros apenas por dar fôlego a uma franquia já desgastada. O longa consegue se desvincilhar do que havia de ruim em Transformers, apostar no certo – e até no clichê – e fazer um filme mais voltado ao público infanto-juvenil, mas que também serve aos adultos, principalmente no quesito nostalgia.
A começar pela trilha sonora oitentista, que vai de The Smiths e Rick Astley a Simple Minds (com referência a Clube dos Cinco), o longa encherá os ouvidos e os corações dos mais saudosos que curtem uma discoteca digna dos anos 80. Com destaque para a cena em que um rádio é instalado em Bumblebee e algumas fitas cassetes são tocadas nele. A reação do robô é hilária.
Batalhas
As cenas de ação dão as caras logo de início. O filme abre com uma batalha intensa em Cybertron entre os Autobots e os Decepticons. No meio da guerra vemos Bumblebee (até então conhecido como tenente B-127) lutando ao lado de Optimus Prime que, vendo a derrota iminente, envia seu tenente para a Terra com a missão de criar uma base de refugiados no planeta, até que a resistência tenha forças para contra-atacar.
Na chegada à Terra, o filme já reserva boas surpresas, com Bumblebee sendo perseguido por um de seus inimigos – que lhe deixa sequelas graves de memória e fala – e sendo recebido por um canastrão John Cena (O Touro Ferdinando), que interpreta o agente Burns, um dos cabeças do exército e que posteriormente tentará caçar Bumblebee a todo custo com a ajuda de dois Decepticons que buscam o paradeiro de Optimus Prime.
Com a entrada de uma carismática Hailee Steinfeld (Bravura Indômita), o longa ganha ares de sessão família. A atriz interpreta Charlie Watson, uma jovem muito ligada ao pai, já falecido, que se encanta pelo fusca amarelo que encontra na oficina de um velho amigo. Ela cria um forte vínculo com Bee, embora tenha dificuldades para se comunicar com o robô sem voz. É nos momentos mais íntimos dessa amizade que o filme ganha força. Há um fator nostalgia que emula E.T. – O Extraterrestre e O Gigante de Ferro que pode levar os marmanjos às lágrimas.
Mesmo com tantos pontos positivos, Bumblebee ainda se mostra preso a uma fórmula. Embora tudo seja bastante previsível, Knight não parece se importar em entregar uma história que pouco arrisca, mas está repleta de inocência e afeto. E, ao final, é justamente no simples que Bumblebee se engrandece.
Assim como Charlie e Bumblebee, o longa deve criar uma forte conexão com o espectador, fazendo-o se divertir com um atrapalhado autobot amarelo, se empolgar nas cenas de ação bem coreografadas e até se emocionar com os momentos finais. Bumblebee se contenta em ser uma sessão matinê para a família e está de bom tamanho. Com um possível sucesso nas bilheterias, talvez os produtores arrisquem em mais sequências do filme, mesmo que o arco esteja encerrado.
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Por fim, confira um making of sobre a Primeira Geração de Transformers:
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