Passados os eventos de Vingadores: Ultimato, muito se especulou sobre como estaria o mundo sem a proteção de Tony Stark (Robert Downey Jr.) e com o Capitão América (Chris Evans) aposentado.
Este Homem-Aranha: Longe de Casa chega para finalizar a fase 3 do MCU e, logo de início, um prólogo explica a questão da idade de quem sumiu com o “blip” e voltou da mesma maneira enquanto quem ficou por aqui foi envelhecendo. Ademais, Peter Parker (Tom Holland) ainda sente fortemente a perda do mentor Tony Stark e o homenageia num engraçado e enaltecedor vídeo amador.
Pois bem, com o mundo ainda de ressaca, Nick Fury (Samuel L. Jackson) e Maria Hill (Cobie Smulders) vão até o México para investigar um ataque causado por um monstro de terra; parece que a “brincadeira” dos Vingadores abriu um buraco na dimensão e várias realidades paralelas se cruzaram, até que Quentin Beck (Jake Gyllenhaal de Velvet Buzzsaw) saiu de uma Terra destruída por estes Elementais (seres de terra, fogo, vento e água) e veio parar na nossa a fim de ajudar a conter seus ataques.
Com o mundo novamente sob ameaça a quem recorrer? Thor? Capitã Marvel? Doutor Estranho? Peter Parker sugere todos, prontamente recusados por Fury e Hill. Caberá a ele, um jovem estudante de 16 anos salvar o mundo? Logo ele que não consegue nem se declarar para sua amada? A pressão que recai sobre os ombros de Peter Parker é tão grande que ele segue os passos do mentor Stark e acaba dando poderes ao inimigo.
Enquanto tenta ajudar a equipe de Fury e Mysterio – agora assumidamente um herói – a se livrar dos Elementais, Parker se divide entre tais missões e a eurotrip escolar, tentando manter sua identidade secreta a salvo de seus colegas, principalmente de MJ (Zendaya de O Rei do Show), por quem está terrivelmente apaixonado – um romance que nem sempre convence, já que surgiu de forma inesperada ao final de Homem-Aranha: De Volta ao Lar e tem um início ainda mais abrupto nesta continuação – mas o que vale nesses momentos são os alívios cômicos de seu amigo Ned (Jacob Batalon) que surge num romance também inesperado com Betty (Angourie Rice), por mais que saibamos que é um namorico de fachada, tem muito mais apelo que o romance insosso do casal protagonista.
Jon Watts volta à direção, dando continuidade ao seu trabalho e dessa vez almejando voos maiores, tanto em produção, quanto em técnica. É a primeira vez que um longa do Homem-Aranha sai do cenário urbano de Nova York para despontar na Europa, passando por bons momentos em Veneza. Além desse novo espaço ocupado pelo teioso – que não terá um minuto sequer para descansar – os ataques vão se tornando cada vez maiores, com uma sequência em especial sendo, talvez, uma das mais belas visualmente em um filme do Aranha, algo digno de Homem-Aranha no Aranha-verso.
Se como aventura o longa se vende razoavelmente bem – é a velha fórmula Marvel sendo aplicada novamente, sem muitas novidades -, quando parte para o lado mais dramático o longa não se sustenta por muito tempo, pois há uma obsessão muito grande em apenas querer fazer o espectador se divertir com o amigo da vizinhança tentando salvar o dia ou se declarar para MJ.
Há muito pouca evolução nas pessoas ao redor de Peter Parker, tudo soa falso, quando seus amigos de escola aparecem sempre vêm com os mesmos assuntos, Nick Fury surge perdido e sem saber o que vai acontecer na maior parte do tempo, Happy (Jon Favreau) é o único que se sobressai com algumas boas surpresas e Mysterio tem uma virada que faz com que a atuação de Gyllenhaal seja comparada aos seus trabalhos histriônicos em Okja e Velvet Buzzsaw, enquanto sua origem é típica da interligada linha do tempo do MCU, ponto para os roteiristas.
Homem-Aranha: Longe de Casa deveria vir para esclarecer algumas pontas soltas deixadas por Vingadores: Ultimato e pouco o faz, é uma aventura que diverte sim, mas que não faz jus ao fato de ser o último filme de uma fase. Pelo menos, as duas cenas pós-créditos, principalmente a primeira, deixem o espectador empolgado para o futuro de Peter Parker, não só pela aparição de certo personagem, mas principalmente pela última frase dita.
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