Review | Maligno

Em tempos onde o público anseia pelo novo “melhor filme de terror dos últimos tempos”, alcunha geralmente dada a algum filme produzido pela A24, é natural que Maligno (The Prodigy no original) passe despercebido.

Se você procura por um filme que irá revolucionar o terror fuga desse. Não há nada de novo ou de impressionante aqui. Agora, se você é fã de terror e está cansado de ver remakes de clássicos e derivados de franquias, Maligno pode ser uma boa distração.

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O maior trunfo de Maligno está na direção de Nicholas McCarthy (Pesadelos do Passado). Em diversos momentos ele demonstra um grande controle sobre sua história, apesar da carência de um roteiro melhor desenvolvido.

O prólogo é construído a partir de uma montagem paralela que deixa claro o que acontece(rá) ao garoto Miles (Jackson Robert Scott de It: A Coisa). Sem precisar enrolar o espectador, McCarthy parte para o puro exercício de gênero, e o faz bem, bebendo da fonte do clássico A Profecia (1976).

Há acertos e há escolhas preguiçosas. Embora consiga acertar a maior parte do tempo, os clichês e conveniências continuam ali, seja em situações levadas de maneira que alguma desgraça está prestes a acontecer ou em escolhas questionáveis por parte dos pais de Miles. Ainda assim, Maligno é estruturado por um clima sombrio bastante eficaz e personagens agradáveis que queremos ver se dando bem.

A câmera de McCarthy mergulha na penumbra diversas vezes, muitos dos jumpscares são óbvios, mas são alocados na trama de maneira que não saturam o espectador, a história ainda é maior que o susto em si, aqui não somos coagidos a tomar sustos, algo corriqueiro em filmes de terror dos anos 2000.

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O filme se perde um pouco no terceiro ato quando há um exagero em deixar pontas soltas para uma eventual franquia, com isso, a tensão é desnecessariamente prolongada e o espectador passa a torcer pelo final antes que o diretor jogue tudo o que havia construído por água abaixo.

Felizmente não acontece, Maligno se encerra meio que aos trancos e barrancos, mas de maneira ousada, e agrada por não se apoiar em reviravoltas impressionantes ou humor fora de hora.

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Angelo Cordeiro

Paulistano do bairro de Interlagos e fanático por Fórmula 1. Cinéfilo com obsessão por listas e tops, já viram Alta Fidelidade? Exatamente, estilo Rob Gordon. Tem três cães: Johnny, Dee Dee e Joey, qualquer semelhança com os Ramones não é mera coincidência, afinal é amante do bom e velho rock'n'roll. Adora viajar, mas nunca viaja. Adora futebol, mas não joga. Adora Scarlett Johansson, mas ainda não se conhecem. Ainda.

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