Napoleão Bonaparte é um personagem que vem fascinando cineastas desde os primórdios da Sétima Arte, do épico de cinco horas de Abel Gance (de 1927, e que era apenas a primeira de cinco partes planejadas) até o projeto nunca realizado por Stanley Kubrick (e que resultou em Barry Lyndon, de 1975). Agora, chega aos cinemas o Napoleão de Ridley Scott, que promete uma versão do diretor de quatro horas.
De fato, ao final das quase duas horas e quarenta minutos de projeção, a gente tem a impressão de narrativa apressada e que muita coisa foi cortada para se encaixar nessa metragem. Por outro lado, as cenas de batalha são sensacionais, para se ver na maior tela e melhor sonorização possíveis.
O Bonaparte vivido por Joaquin Phoenix (Coringa) é um capitão ambicioso que se torna general de brigada ao liderar um ataque audacioso a uma fortaleza ocupada pelos ingleses em Toulon. Com a queda de Robespierre e o fim do Terror, ele conhece uma aristocrata recém-libertada da prisão, Josephine (Vanessa Kirby, de Missão: Impossível – Acerto de Contas: Parte Um), e começa a se envolver com ela.
É na relação entre eles que o filme de Scott se concentra, deixando em segundo plano as intrigas dentro do Diretório e as batalhas contra as monarquias europeias em defesa da Revolução. Personagens históricos importantes passam rapidamente pela tela, quase como figurantes – quase não reconheci Rupert Everett (de O Casamento do meu Melhor Amigo) como o Duque de Wellington, um dos poucos a ter mais tempo em cena – e apenas cinco das mais de 60 batalhas travadas por Napoleão são retratadas: Toulon, Egito, Austerlitz, Borodino e Waterloo.
Joaquin Phoenix tem mais uma atuação poderosa, ainda que a relação construída com Vanessa Kirby pareça por vezes meio incongruente. Se é culpa do roteiro ou da edição, só saberemos no Director’s Cut, quando passar na Apple TV+.
+ Ainda não há comentários
Add yours