Os Novos Mutantes é aquele filme que se acreditava que nunca chegaria aos cinemas, tantos foram seus atrasos, seja por causa de refilmagens de cenas, seja por causa do processo de compra da Fox pela Disney. E quando finalmente estreou na telona, foi justamente nesse final de pandemia – pelo menos, é o que todos esperamos – com o marketing meia bomba e público ainda receoso.
Pois é. Na verdade, a maior surpresa é: porque não venderam o longa para algum serviço de streaming ou lançaram diretamente no Disney+, que chega dia 17 de novembro ao Brasil? Se a Disney – atual proprietária da Fox – não quis incluir a produção no seu catálogo por conta dos novos rumos que pretende dar aos personagens dentro do Universo Cinematográfico Marvel (UCM), outra plataforma poderia se interessar, já que além de ostentar a grife Marvel traz um elenco com nomes emergentes.
Digo isso porque Os Novos Mutantes teria uma chance melhor de funcionar no home vídeo: a telona esfrega seus defeitos na nossa cara, especialmente a pobreza de orçamento e a má direção de atores. Isso é algo que montagem e acréscimos de cenas adicionais não conseguem resolver. E o diretor Josh Boone tem no currículo o sucesso A Culpa é das Estrelas (well…).
A ideia de fazer um filme de terror usando um antigo hospital psiquiátrico como locação pode ser até boa, mas não funciona. Parece simplesmente vazio e não assustador. E com exceção do namoro lésbico, que é até bem construído, as relações entre os demais pacientes não é trabalhado ou foi cortado, já que o filme acabou só com uma hora e meia, o mais curto de todos os longas de mutantes da Fox.
Carga dramática
A maior carga dramática recai sobre Blu Hunt (Outra Vida), a Danielle Moonstar, e ela não dá conta, chegando a ser constrangedora em alguns momentos. Como suas colegas de elenco mais tarimbadas e carismáticas, Anya Taylor-Joy (que não para de trabalhar e já está de série nova na Netflix, O Gambito da Rainha) e Maisie Williams (com quase uma década como Arya Stark) também ficam longe de entregar o que já demonstraram em outros trabalhos, não dá para culpar inteiramente a atriz que descende de fato de nativos americanos.
Entre os rapazes, Charlie Heaton (repetindo seu tipo pobretão de Stranger Things) e o brasileiro Henry Zaga (o figurino de playboy tupiniquim é perfeito, em todo o caso) não têm muito o que fazer. Mesmo a experiente Alice Braga está burocrática num papel que poderia ser mais bem explorado.
O pior é que Boone pretendia fazer uma trilogia, então muita coisa fica mal explicada e deixada por elas mesmo. Por outro lado, fica claro que estamos no mesmo universo dos X-Men e de Logan, o que torna a coisa toda ainda mais melancólica.
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