Para começar esta crítica, que terá SPOILERS, vamos responder a questões fundamentais. Thunderbolts* é bom? É. Divertido? Sim. Será importante para o Universo Cinematográfico Marvel? Com certeza.
A revelação da cena pós-créditos (são duas, e a relevante é a que está após todos os letreiros) já está em todas as mídias sociais e era inevitável como Thanos.
Afinal, para que serviriam os filmes Viúva Negra, as séries Falcão Negro e o Soldado Invernal e Gavião Arqueiro se não fosse para chegarmos a este Thunderbolts com asterisco? Mas me adianto. Vamos do começo.
O conceito desse supergrupo é bem parecido com o Esquadrão Suicida da DC, tendo inclusive sua própria Amanda Waller na figura de Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus, a eterna Elaine de Seinfeld), só que com senso de humor.
Yelena Belova (Florence Pugh, que esperamos ter recebido o maior salário de sua carreira até então) é irmã da Viúva Negra e filha do Guardião Vermelho (David Harbour, que se despede de Stranger Things este ano), o equivalente ao Capitão América na URSS.
Ambos, juntamente com Antonia Dreykov (Olga Kurylenko, a única Bond Girl que não vai para a cama com 007), a Treinadora, apareceram no filme de Natasha Romanoff, de 2021.
Faz ainda mais tempo a última vez que vimos Ava Starr (Hannah John-Kamen, de Jogador Nº 1), a Fantasma, em Homem-Formiga e a Vespa, de 2018.
John Walker (o nepo baby – filho de Kurt Russell e Goldie Hawn – Wyatt Russell, da série Monarch: Legado de Monstros), o Agente Americano (codinome não usado no filme, por sinal) dá as caras em Falcão e o Soldado Invernal, de 2021, assim como a própria Valentina.
Ainda temos Buck Barnes (Sebastian Stan, cujo status em Hollywood subiu após a indicação ao Oscar por O Aprendiz), o Soldado Invernal, que agora é congressista e desconfia seriamente das intenções de Valentina.
Porque quase todas as produções que se relacionam com Thunderbolts* são de 2021? Porque o calendário foi atrasado pela greve de roteiristas e atores de 2023. A partir de agora, SPOILERS!
Só para lembrar: SPOILERS
O filme começa com Florence Pugh dando uma de Tom Cruise e fazendo um salto livre de cima do segundo prédio mais alto do mundo, o Merdeka 118 em Kuala Lumpur, sem dublê, para desespero de Kevin Feige, de olho no seguro da atriz.
Tudo para representar o vazio na vida de Yelena, depois de se libertar do programa Viúva Negra, de perder Natasha e virar mercenária a serviço de Valentina.
Esta, agora diretora da CIA, em meio a investigações do Congresso Americano, está se livrando de provas comprometedoras, especialmente de um programa chamado Sentinela.
Para tanto, é necessário literalmente queimar arquivos, no caso Yelena, John, Ava e Antonia.
O que ela não contava é que alguém incluiu no lote a ser incinerado uma das cobaias do projeto Sentinela, Bob Reynolds (Lewis Pullman, outro nepo baby – filho de Bill Pullman – que interpretou o marido de Brie Larson na boa minissérie Uma Questão de Química, da Apple+).
O Sentinela é um daqueles personagens interessantes, mas que não comparece muito nas história da Marvel justamente por ser praticamente onipotente.
Incrivelmente, o roteiro dá conta de encaixar o personagem no filme – e de quebra, no Universo Cinematográfico Marvel. Ele é bem desenvolvido e sua interação com Yelena faz sentido na trama.
Watchtower
Ao descobrir os poderes do Sentinela, Valentina tenta controlá-lo para que se torne uma versão dos Vingadores de um só homem – e a seu serviço.
Em sua nova sede, a antiga Torre dos Vingadores, agora batizada de Watchtower (nome da base do Sentinela nas HQs), ela atrai os Thunderbolts para que enfrentem e sejam exterminados pelo Sentinela, aquele com o poder de “um milhão de sóis explodindo”, rendendo uma boa cena de luta.
Nos quadrinhos, o Sentinela luta contra uma entidade superpoderosa denominada Vácuo. Aqui, o Vácuo se revela rapidamente como o lado escuro do inconsciente de Bob, fruto de seus traumas e adicções recorrentes.
OK, é psicanálise de boteco, mas funciona, graças a ótima sequência de conflito interno em que ele é auxiliado pelos novos aliados. Méritos para o diretor Jack Schreier, da série Treta, da Netflix.
Aí vem a questão: porque Bob é mantido no grupo, mesmo despido de seus poderes e memória?
A chegada do Quarteto Fantástico vindo de outro universo anuncia que Galactus está se aproximando e para enfrentá-lo será necessário muito mais que os Vingadores da Shopee.
E lembrem-se: os Novos Vingadores e Bob vão retornar!