Apesar de todos os blockbusters lançados nos últimos meses, confesso que estava mesmo ansioso para assistir Turma da Mônica: Lições, segunda história da trilogia dos irmãos Lu e Vitor Cafaggi baseada nos personagens de Mauricio de Sousa e dirigido novamente por Daniel Rezende.
E antes de tudo, preciso dizer: deixei a sala de cinema muito satisfeito, como há tempos não acontecia. Não que eu esperasse que Lições fosse um filme impecável, longe disso. Mas por saber que os roteiros de Vitor, sejam na trilogia já citada ou na incrível série Valente, sempre trazem reflexões e sentimentos de forma sutil, delicada e incrivelmente palpáveis. Por tudo isso, sabia que a experiência dificilmente seria decepcionante.
Com um elenco mais maduro (Giulia Benite/Mônica, Kevin Vechiatto/Cebolinha, Laura Rauseo/Magali e Gabriel Moreira/Cascão) e acostumado com as câmeras, Lições traz, além de uma história mais emocionante, detalhes e sutilezas que os adultos com certeza vão reconhecer, como a referência à Estrelinha Mágica e a adaptação de Romeu e Julieta (dois clássicos dos anos 80) e muitos outros personagens do universo de Maurício de Sousa.
Saudades
Na trama, as famílias de Mônica e Cebolinha entram em conflito após um acidente durante uma traquinagem em conjunto. Assim, Mônica é obrigada a mudar de escola, deixando os amigos no bairro do Limoeiro para explorar um novo e desconhecido ambiente de estudo. Mas será que ela conseguirá se acostumar aos novos amigos?
Enquanto isso, Cebolinha, Magali e Cascão precisam aprender a lidar com a ausência da amiga, que traz diversas consequências. A maior delas, é claro, é a saudade. Aos poucos, todos descobrem que é possível fazer novas amizades. Será que este é o fim da Turma da Mônica?
Além da trama, que apesar da simples é extremamente tocante, destaque também para as participações especiais – a protagonizada pelo próprio Maurício é hilária. E se no primeiro filme o Louco de Rodrigo Santoro rouba a cena, podemos dizer o mesmo de Do Contra (Vinícius Higo) nesta continuação. Seria o início de um “Mauricioverso”?
Assim como no primeiro filme, senti falta de alguma adaptação das cenas da turma bebê, cujas páginas das graphic novels feitas pela Lu Cafaggi são incrivelmente lindas. Ainda assim, a adaptação comandada por Daniel Rezende faz jus à HQ feita pelos irmãos.
No geral, Lições cumpre tudo aquilo que promete. Um filme divertido para as crianças (de todas as idades), nostálgico para os adultos, e que traz reflexões e respostas sobre situações da vida que todos passamos. Tudo com muito carinho e leveza, assim como os traços de Vitor e Lu nas graphic novels.
Aliás, leveza, até mesmo nas duras lições da vida, é o que mais precisamos atualmente. Assista!
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