4 out 2025, sáb

Herege, que passou nos cinemas ano passado e chegou ao Prime Video há algumas semanas, rendeu a Hugh Grant diversas indicações a prêmios, sendo os mais relevantes o Bafta e o Globo de Ouro – neste, curiosamente, na categoria Ator em Comédia ou Musical.

De fato, sua verve de galã de rom-coms durante a década de 1990 (Quatro Casamentos e Um Funeral Um Lugar Chamado Notting Hill) funciona bem no filme, mas Herege fica muito longe de ser uma comédia.

Direção e roteiro são da dupla Scott Beck e Bryan Woods, parceiros também em 65 – Ameaça Pré-Histórica (fuja) e colaboradores no script de Um Lugar Silencioso (veja), com John Krasinski.

Na história, duas missionárias mórmons, irmã Barnes (Sophie Tatcher, de Acompanhante Perfeita) e irmã Paxton (Chloe East, de Os Fabelmans), batem à porta da casa de um senhor Reed (Grant) para espalhar a palavra de Deus.

Ele parece ser um velho simpático, que as convence a entrar, mesmo elas tendo que seguir a regra de não ficar em um recinto sozinhas com um homem.

Reed diz que sua mulher está assando uma torta, e elas aceitam, na perspectiva de fazer um batismo (muitas religiões cobram conversões de seus fiéis, e não só as cristãs).

A conversa logo vira um debate religioso, em que ele mostra que Jesus imita diversas divindades anteriores, enquanto elas defendem sua fé, inicialmente com educação e cautela.

Rapidamente, as garotas percebem que não há nenhuma senhora Reed e que são prisioneiras do anfitrião.

O roteiro e direção espertas conseguem fugir do clichê, e o jogo de gato e rato entre o sinistro carcereiro e suas presas se torna um divertido debate religioso, mas não sem sangue, arrepios e morte.

Se Hugh Grant se sai bem fora de seu habitat natural, as jovens atrizes também performam bem, criando personalidades próprias, apesar do visual de crente e aparentemente doutrinadas na fé. Surpreende e diverte.

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