Nostalgia | 20 jogos que fazem 20 anos em 2016

O que você estava fazendo há 20 anos atrás?

Bom, eu não sei, pois mal me recordo do que fazia há 20 minutos atrás. Mas 1996 foi certamente um ano antológico com relação aos jogos eletrônicos, e graças à história, podemos saber o que a indústria dos games nos proporcionava há exatas duas décadas – e o Nerd Interior vai compartilhar com você 20 joguinhos que faziam a cabeça da meninada esperta da época, que se metia em altas confusões – versão Herbert Richards. Se acomode em sua cadeira, ligue a TV de tubo, peça pra sua mãe trazer o Nesquik com Passatempo e embarque conosco nessa viagem ao tempo.

Resident Evil

"Pega, Rex. Cachorro malvado!"

Começava a saga mais famosa de survival horror do mundo dos videogames – que posteriormente foi ser um horror também nos cinemas, mas num sentido diferente. Câmeras estáticas, cenários renderizados, aquela sensação de suspense ao abrir portas (disfarce pra carregar novos ambientes), dificuldade de encontrar munição, combinar ervas para diferentes finalidades: o jogo da Capcom foi pioneiro e inovador em vários aspectos. Hoje é um pouco decepcionante correr sem poder usar as armas, mas é inegável que aquele cachorro safado ainda nos assusta quando pula pela janela.

Super Mario 64

"Olha aí a quantos dias seguidos tô jogando sem parar"

O Nintendo 64 também viu a luz em 96 (mas nós vamos dedicar um espacinho maior pra história desse console aqui no Nerd Interior, pode aguardar). E um dos primeiros jogos do novo console da Nintendo, como era de se esperar, envolvia o encanador bigodudo mais conhecido do mundo – mas mais do que isso, Super Mario 64 era a transposição do jogo de plataforma em 2D para um mundo aberto em 3D de gráficos poligonais. Continua sendo até hoje referência quase se trata de jogos do gênero – seja pelos controles, conceito de mundo aberto, exploração do cenário.

Mortal Kombat Trilogy

"Vê se pisei no chiclete aí, por favor"

Essa versão reunia todos os personagens disponível no Mortal Kombat 3, mais os da atualização Ultimate, permitia jogar com Rain e Noob Saibot pela primeira vez, e ainda acrescentava leves melhorias de jogabilidade e trazia para todas as versões o Brutality – finalização implantada na versão de SNES do Ultimate Mortal Kombat 3. Campeão das locadoras da época, representava o ápice comercial da série da Midway.

Pokémon Red & Green (Blue)

Esse Bulbassauro precisa de férias

Foi em 96 que nasceu outra febre mundial – que também merece um texto à parte. Pokémon começou nos games, mais especificamente com os jogos Pokémon Red e Green. Só dois anos depois o jogo veio para o ocidente, onde a versão Green foi substituída pela versão Blue, motivo que faz com que a primeira seja quase desconhecida. RPG de mecânicas e história igualmente simples, conquistou a molecada pela possibilidade de capturar 151 criaturinhas mais do que simpáticas, que batalhavam entre si num mundo imaginário baseado em uma região do Japão. Tudo começou no Game Boy, que permitia levar no bolso as aventuras dos monstrinhos de bolso… e que encheu os bolsos da Nintendo.

Crash Bandicoot

"Tatu do bem?"

Lançado pro PlayStation, Crash Bandicoot foi um dos jogos mais divertidos do console. Também foi sucesso absoluto de vendas, o que levou o simpático marsupial de calças a se tornar o mascote do PSX. Teve duas continuações ainda no mesmo console, o que só veio a solidificar sua base de fãs, que ainda aguarda ansiosa por novos lançamentos do quebrador de caixas na floresta. Vão ter que se contentar com um remaster para o PS4, por enquanto. Mas valerá a pena – pois os jogos de plataforma, e mesmo o de corrida, continuam muito atrativos.

Tomb Raider

"Tá bem escuro aqui, deixa eu acender os faróis"

Lara Croft – durante muito tempo, essa personagem acima, que mais parece saída do Minecraft, foi a maior musa dos fãs de videogame pelo mundo. Sim, é sério. Hoje em dia ela já parece um ser humano, e não uma escultura de palitos de sorvete para um trabalho de educação artística. Mas quando nasceu no PSX e PC, a franquia trouxe muitos elementos que serviram de base para todo o gênero de ação e adventure que viria dali em diante, como a resolução de puzzles para avançar na fase e a possibilidade de mirar e atirar enquanto se caminhava – um grande abraço, Resident Evil. Vale lembrar a forma mais do que desengonçada da jogabilidade, que torna jogar os primeiros jogos hoje em dia uma tarefa muito difícil.

Dead or Alive

Sambando nos inimigos, literalmente

Esse jogo foi criado pois, segundo seus desenvolvedores, os jogos de luta da época não traziam mais o mesmo sentimento que os seus pares mais antigos de arcade. Assim nasceu Dead or Alive, jogo que alguns anos mais tarde se tornaria a alegria de adolescentes solitários que passavam longos períodos no banho. Era um jogo mais rápido do que havia na época, e trazia também novidades como a possibilidade de contra-ataque, que foi amplamente copiada posteriormente. Estreou nos arcades, e dois anos depois foi para o PSX – tempos depois virou até filme B e jogo de vôlei de praia, cuja clientela era a mesma molecada fanática por chuveiros que citei há pouco.

Duke Nukem 3D

Porcos fardados?

Um pouco mais tarde que Doom e seus milhares de irmãos genéricos, Duke Nukem 3D já era o terceiro jogo do personagem, muito embora fosse o primeiro FPS. Diferente dos seus congêneres, trazia palavrões, um linguajar mais desbocado por parte do protagonista, violência escrachada e até cenas de nudez, características que junto do bom humor do game como um todo, fizeram dele um produto único na época, e grande sucesso de vendas.

Quake

Uma bela recepção à base de granadas

Lançado no mesmo ano de Duke Nukem 3D, Quake chegou pra revolucionar o gênero, com gráficos poligonais tanto na construção dos personagens quanto dos cenários. Com temática futurista, trouxe o foco para a jogabilidade mais frenética que se tornou característica recorrente da série – o que fez do multiplayer online do jogo um dos pioneiros entre os FPS e sucesso absoluto. Também foi desenvolvido pela ID Software, empresa que criou Doom, e levou John Carmack a ser o maior nome dos jogos de tiro em primeira pessoa à época.

Diablo

A capa de games da família tradicional brasileira

O Diablo, o Senhor das Trevas, tomou conta de sua cidade, e cabe a você enfrentar várias criaturas advindas das profundezas do inferno para aumentar suas próprias forças, magias e equipamentos, e derrotá-lo. Era essa a premissa do jogo da Blizzard, um RPG que usava do sistema de point-and-click, e que deu início a uma das mais bem sucedidas franquias do gênero. Surgiu daí uma legião de fãs, que massacravam seus mouses enquanto podiam ver nas telas um jogo com temática medieval bem superior aos que haviam na época.

Command & Conquer: Red Alert

Será que o Kim Jong-Un gosta desse jogo?

Os jogos de estratégia em tempo real foram uma febre nos anos 90 e 2000, e um dos principais “culpados” por isso foi a franquia Command & Conquer, que encontrou nesse Red Alert, segundo jogo da franquia, mas prequel à história dele, um de seus mais rentáveis e conhecidos capítulos. O gerenciamento de recursos e uso de estratégias militares virou padrão nos jogos do gênero, e além disso, a história era de uma peculiaridade deliciosa: Albert Einstein criou uma máquina do tempo, e a partir dela foi possível voltar ao passado e retirar Hitler de seu tempo, evitando assim o surgimento do III Reich – mas isso tudo deu a chance da União Soviética tomar o controle sobre a Europa. Imagino que aquela moça que confundiu a bandeira do Japão com uma bandeira comunista deve se deliciar aqui.

The House Of The Dead

Difícil não atirar nesse carinha também

Se já passou por aqueles arcades (ou fliperamas) e viu aquelas máquinas com uma “pistolinha” (que saudade do meu PolyStation) para atirar na tela, saiba que um dos maiores nomes desse estilo de jogo foi (ainda é?) The House Of The Dead, jogo que aliou o sistema de atirar na tela com sistemas de luzes e sensores à zumbis. Você mirava no apodrecido, e atirava até derrubá-lo – se a munição acabasse, você atirava fora da tela pra recarregar. E em meio disso havia uma história qualquer, onde você NÃO PODIA atirar nos personagens que fossem seus aliados, de alguma maneira. Embora fosse bem difícil não querer acertar aqueles médicos desesperados e quaisquer outros figurantes dignos de novelas mexicanas. Garantiu horas de diversão pra muita gente. E garantiu também mais um fracasso na carreira do ‘consagrado gênio do cinema’ Uwe Boll.

Super Mario RPG: Legend Of The Seven Stars

"Se achar ruim, pulo em cima de vocês todos hein"

No mesmo ano em que o Mario (que Mário?) se viu num jogo de plataforma 3D no novo console da Nintendo, ele também buscou novos territórios no velho console da Nintendo. Então no mesmo ano, o SNES recebeu o primeiro RPG com o encanador – Super Mario RPG: Legend Of The Seven Stars, mais uma criação do legendário estúdio Square, que além dos Final Fantasy, havia entregue no ano anterior a obra prima Chronno Trigger (o maior RPG de todos os tempos para este fanboy que vos fala). E com os pais que tinha não poderia deixar de herdar suas principais características – todas bem visíveis seja no esmero visual, seja na jogabilidade muito bem trabalhada, ou mesmo no bom roteiro, que se passa fora do universo comum, ou cânone do Mario. Foi um dos últimos grandes lançamentos para o Super Nintendo, e deu uma prolongada na sobrevida do console.

Donkey Kong Country 3: Dixie Kong’s Double Trouble!

Macacos... me... mordam?

Outro dos últimos grandes lançamentos do SNES, e que também ajudou a manter o console vivo na UTI, o terceiro capítulo da história dos macaquinhos mais queridos da era 16 bits trouxe mais uma vez belíssimos gráficos e trilha sonora, dessa vez no controle da macaquinha Dixie e de seu primo Kiddy. Os fãs da franquia sentiram falta dos protagonistas anteriores, acham esse jogo difícil – o que talvez faça dele o jogo menos lembrado pelos fãs da trilogia da Rare. Mas nada disso faz de Donkey Kong Country 3: Dixie Kong’s Double Trouble! um jogo ruim, sempre importante lembrar.

Metal Slug: Super Vehicle SV-001

"Você conhece algum bom martelinho de ouro pra me indicar?"

Esse rendia muita dor de cabeça – ao menos pra mim, que sempre fui horroroso em jogos do gênero “tiroteiro sem fim”, do qual fazem parte também os igualmente ótimos Gunstar Heroes e Contra. Mas, como eu acabei de dizer, o primeiro jogo da franquia Metal Slug, Super Vehicle SV-001 era muito divertido, e a tela cheia de munições e personagens por todos os lados rendia um bom entretenimento para as tardes cinzentas dos anos 90. Desenvolvido por uma empresa chamada Nazca em parceria com a SNK, ele viu a luz do dia no falecido prematuramente Neo Geo, sendo depois adaptado para Arcade, Neo Geo CD, PlayStation, Virtual Console (!) e Sega Saturn. Passar pelas fases explodindo tudo com um amigo era uma experiência incrível – que me fazia esquecer até da infindável quantidade de vezes que eu morria em cada fase.

Marvel Super Heroes: War Of the Gems

"Mas cadê o Batman, hein?"

Esse era um dos melhores jogos de super-heróis que haviam na época – o que nem era uma tarefa tão difícil assim. Marvel Super Heroes: War Of The Gems, como o próprio nome entrega, tem um plot que envolve as Joias do infinito, então talvez quem não conheceu, queira dar uma conferida, uma vez que os dois próximos filmes dos Vingadores vão usar delas também. No jogo temos Adam Warlock, então é mais um motivo para conhecer. Dava pra jogar com todos os personagens da capa do jogo – era um plataforma beat’em up divertido, que trazia mais uma vez à tona aquelas discussões sobre quem era o super-herói mais forte.

Dragon Ball Z: Hyper Dimension

Joelhos fortes o suficiente pra ficar a luta toda com eles dobrados

Conhece MUGEN, aquela plataforma de criação de jogos de luta que foi uma febre no começo dos anos 2000? Você criava o personagem, cenário, definia os menus, etc. Houveram crossovers dos mais inusitados nesses jogos – Picachu vs Superman, Seiya de Pégasus vs Lara Croft, Goku vs Reptile. pois bem, o maior influenciador desse jogo, e de suas características, talvez tenha sido esse Dragon Ball Z – Hyper Dimension. É bem clara a influência nos gráficos, jogabilidade e tudo mais. O jogo era bem divertido, o melhor do animé no Super Nintendo, permitia divertidas disputas com os personagens mais poderosos do universo de Dragon Ball. Não havia muita variedade de personagens, e a jogabilidade era um pouco limitada, mas era sempre gratificante reproduzir a porradaria da criação de Akira Toryama.

Blood Omen: Legacy Of Kain

"Quem você chamou de branquelo, queridinha?"

O ano de 1996 deu inicio à outra série de sucesso nos games: Legacy Of Kain. Esse primeiro capítulo da franquia, Blood Omen, trouxe uma mistura entre RPG, com elementos de melhoria no personagem, e aventura em terceira pessoa, com combates sempre em tempo real e exploração de cenários. A história de Kain, um carinha que morava logo ali e que foi traído, teve a oportunidade de voltar à vida como um vampiro em busca de vingança, nunca me atraiu demais, tanto que não tenho grandes experiências com o jogo. Mas sempre foi muito bem elogiado tanto pelos fãs quanto pela critica.

PaRappa The Rapper

Não tenho muito o que falar dessa imagem

Esse eu nunca joguei, mas a minha filha número 9 jogou e me disse que o jogo, lançado pro PlayStation X, é muito divertido – você “canta” rap com o protagonista, acompanhando os movimentos com o joystick, algo que deve ser semelhante a um jogo de dança. Vai receber remaster para nova geração da Sony também, quem sabe eu não o confira agora, não é mesmo? Não, não é mesmo. PS: já vi esse cachorrinho de touca em muitos lugares, especialmente em roupas de procedência duvidosa. Se alguém for preso por uso indevido de imagem, VOCÊ NÃO LEU ISTO AQUI.

Time Commando

"JO KEN PÔ!"

Time Commando tinha uma jogabilidade que lembrava Alone in the Dark, com aquelas câmeras estáticas e o personagem caminhando pelo cenário, numa mistura de adventure com ação em terceira pessoa. O mais interessante desse jogo onde você viajava por diferentes eras para buscar a cura de um vírus era que, em cada período de tempo diferente, você usava armas e itens correspondentes àquela época: por exemplo, na pré-história você tinha pedras e porretes; no Japão feudal usavam shurikens, katanas e espadas; imagino que se houvesse um período em nossos dias, ele usaria de correntes no WhatsApp e grandes textos no Facebook. E isso foi o grande diferencial – característica que outros jogos usaram no futuro: variedade de armas e de cenário, mesmo num estilo de jogo meio limitado por natureza.

Bônus

O ano de 1996 também nos entregou um jogo que prometeu ser um Mortal Kombat de mulheres, mas que do jogo da Konami só compartilhou da captura de movimentos, e talvez os Fatalitys – sendo estes dados na cara de quem se atrevia a jogar essa joça – considerada um dos piores jogos de todos os tempos. Aviso: tirem as crianças da sala, os adultos, os idosos, todos…

Lhes apresento CatFight, crime… digo, jogo lançado para o PC que faz com que nem tudo do ano de 96 seja tão embaraçoso assim.

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Alexandre Fernandes

Pai do Yuri Rafael, sou só um cara de meia idade que reclama bastante, mas não ao ponto de perder o bom humor. Nostalgia é meu sobrenome, e sim: gosto muito de cultura pop, filmes, séries, música, animes e mangás, videogames e tudo isso aí que faz um nerd. Mas não sou nerd, eu juro.

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