Review | Shadow of the Tomb Raider

A concretização da heroína Lara Croft.

Foi em algum momento de 1998, no meu Pentium II, que eu tive o primeiro contato com Lara Croft, uma aventureira que enfrentava desde lobos, onças e até um T-Rex. Corajosa e munida das mais diversas armas e a inovadora oportunidade de escalar as paredes e pular dentre os mais perigosos lugares.

Aquilo pra mim foi fantástico, lembro muito bem que tinha uns comandos para que tivéssemos modificações nos movimentos. Mas jogando as sequências, o mais do mesmo perpetuava a cada momento. E isso, confesso, me deixou bem desgostoso com a franquia.

Foi em 2013, nas mãos da Crystal Dynamics, que surgiu o reebot da franquia, Tomb Raider, trazendo uma personagem totalmente ingênua. Aventureira sim, mas totalmente longe daquilo que conhecíamos.

Sua continuação em 2015 com Rise of the Tomb Raider trouxe a sua evolução de personalidade, amadurecimento e deixando nítido que dali nasceria uma heroína. E isso aconteceu em Shadow of the Tomb Raider. É impressionante como Lara cresceu, agora madura e autoconfiante. A que conheci quando tinha meus 13 anos estava ali novamente e, me arrisco a dizer, melhor ainda.

O início de uma nova aventura

Lara começa no México com seu fiel amigo Jonah, em mais uma corrida contra a Trindade, dessa vez comandada pelo Dominguez. Numa jogada de mestre, nossa heroína consegue descobrir que a adaga que procurava estava no Peru. A  Trindade a buscava no Brasil. O artefato estava em uma  uma caverna, numa sala com uma série de cataclismas pintados na parede. Ao sair da caverna, Lara é surpreendida por Dominguez, que lhe toma a adaga e explica que ela acabara de fazer uma besteira! Ao pegar a adaga sem ter a Caixa da Vida, os cataclismas irão acontecer um a um definindo o fim dos tempo. E nisso, um tsunami acontece devastando todo o povoado.

Então após Lara se salvar, o jogo começa quando ela decide ir atrás de Dominguez e impedir que ele consiga pegar a Caixa da Vida.

Bela e muito perigosa

Lara está mais violenta que nunca, com golpes certeiros, podendo até se misturar com barro para se camuflar melhor e ter a vantagem nos ataques furtivos. Como nos outros dois jogos, você começa apenas com o arco e com o passar da história libera mais armas e suas respectivas melhorias.

Sua grade de evolução foi aprimorada, ainda dividida nas três categorias clássicas. Agora, ao passar de nível, você acumula pontos que podem ser trocados por melhorias e/ou habilidades. Vale ressaltar que essas podem ser desbloqueadas por artefatos escondidos em tumbas.

A exploração continua presente e necessária. Você não quer ficar sem flechas ou sem poções de cura quando tiver cara a cara com um puma, quer?

Jogo bonito, jogo formoso, jogo bem feito!

Falar desse jogo e não ressaltar a qualidade gráfica é quase que um pecado. Os animais, pássaros, vegetações, lagos, tudo é muito lindo e no seu maior detalhismo possível. As florestas da América do Sul estão bem representadas nesse jogo.

As mecânicas simples, porém exigentes e precisas, proporcionam experiências muitos icônicas, desde escapadas milagrosas, como aquelas mortes tão toscas que você para uns 15 minutos só para raciocinar como foi que aquilo pode acontecer.

Sim, as mortes continuam presentes e para os que assim como eu, gostaram da proposta da Crystal Dynamics no primeiro jogo, elas, em sua maioria com cenas violentas, mantém a dose de sofrimento e brutalidade. Não posso esquecer de comentar dos quick time events frenéticos e perfeitos, em que suas falhas dificilmente te perdoarão.

Como você estará imerso na selva, irá se deparar com povos indígenas de culturas diferentes, por isso, esteja disposto a usar seus trajes para se fazer pertencente aquela aldeia.

Obviamente que não faltam os puzzles, os famosos quebra cabeças que deixam você parado e olhando para cada canto do mapa para tentar desvendar o que se deve fazer. Confesso que a dificuldade foi ampliada nesse terceiro capítulo. As tumbas, em sua maioria opcionais, carregam um certo desafio se você quiser desvendá-las. Caso seja sua escolha, dedique um tempo a mais nesses lugares. Sempre valerá a pena.

Falando em conteúdo opcional, as missões paralelas foram aprimoradas em quantidade e em qualidade. Uma simples missão de conseguir um item para um NPC resultou em salvar uma criança, que na tentativa de ajudar sua mãe doente, roubou ervas medicinais do mercado e foi descoberta. Para quem jogou The Witcher 3 e lembra da missão icônica da panela, sabe do que eu estou falando. Se você é daqueles que tem sede por terminar 100% das missões incluindo as opcionais, tenha em mente que esse jogo tomará uma boa parte de seu tempo.

E aquelas fugas e perseguições, tem? Sim. E melhores do que nunca. Lógico que o ambiente ajuda a deixar tudo mais bonito, mas era de se esperar, já que isso é parte intrínseca desta nova era de Lara Croft.

Vale a pena?

Distribuido pela Square Enix e produzido pela Eidos Montreal, o jogo será lançado no dia 14 de setembro para Playstation 4 e Xbox one. Detalhe especial para o Xbox One X, que o jogo permite rodar em 4K nativo ou em 60fps fixos.

Para mais imersão nos diálogos, é permitido também deixar os idiomas nativos ao invés da dublagem. Que podem ser além do português do Brasil, inglês, francês, alemão, italiano, castelhano, espanhol, polonês e japonês.

E antes que eu me esqueça, para os mais nostálgicos de plantão, aquele famoso mergulho de cabeça está de volta.

 

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Este review foi produzido com uma cópia do jogo para Xbox One cedida pela assessoria de imprensa da Square Enix no Brasil.

Vitor Santos

Contador de tudo, menos de piadas. Ex-professor de violão e dança de salão, hoje samba para conseguir jogar nas horas vagas. Filho da era 8 bits, depois de percorrer todas as gerações até enraizar-se no Xbox One.

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