A história que mistura realidade com pinceladas de ficção começa quando o telefone toca na casa de Albert Einstein, na manhã em que o renomado cientista, vencedor do Prêmio Nobel de Física em 1921, comemora seu 75º aniversário, no distante 14 de março de 1954.
Logo percebemos que Mimi Beaufort, a estudante de 17 anos que está do outro lado da linha, discou o número errado. No entanto, esta aparente ligação por engano serve como ponto de partida para uma conversa que surge casualmente, mas avança para além das já conhecidas conquistas do físico alemão para contar sua história de uma forma nunca antes vista.
Lançado pouco depois da morte do autor, R.J. Gadney, em 2018, Aqui Quem Fala é Abert Einstein traz uma instigante trama permeada por cartas, citações e fotografias de Einstein chega agora ao Brasil, pela Intrínseca. Em constante busca por seu lugar no mundo, o cientista passou a vida se adaptando a demandas pessoais e profissionais e à realidade a sua volta, uma existência tomada por amores, descobertas, medos e desafios.
Dentre as adversidades enfrentadas, certamente a maior foi o antissemitismo, percebido ainda nos tempos de colégio e que ganhou força quando o mundo entrou em guerra e o nazismo ascendeu. Outro medo recorrente ao longo da vida foi o de enlouquecer, alimentado pelos casos que acometiam pessoas próximas.
O livro também investiga aspectos da intimidade do autor da Teoria da Relatividade, que após a morte foi alçado à condição de figura pop, principalmente em função do famoso registro em que aparece com os cabelos desgrenhados e a língua para fora. Por trás desse personagem icônico e excêntrico, estava o homem circunspecto que, na intimidade, não era afeito a demonstrações públicas de amor. Turbulenta, charmosa e emocionante, esta mistura de biografia e ficção abrange quase cem anos de história europeia e mostra uma outra face do homem por trás da lenda.
O Autor
R.J. Gadney foi escritor, pintor e acadêmico. Nascido em Yorkshire, na Inglaterra, em 1941, estudou inglês, artes e arquitetura em Cambridge e chegou a ser editor da revista literária Granta. Atuou por quinze anos na Royal College of Art, tendo sido o pró-reitor mais jovem da universidade, e deu aula em Oxford, Cambridge, Harvard e no MIT. Além dos mais de dez romances publicados, foi roteirista — com obras para canais como BBC e NBC, entre elas a minissérie Kennedy, vencedora do BAFTA e indicada ao Globo de Ouro — e escreveu para as revistas The London Magazine e The Spectator, entre outros veículos. Ele faleceu em maio de 2018. (Foto: Chris Floyd)
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