sua alegria foi cancelada | Fresno lança seu oitavo disco

Com participações especiais de Tuyo e Jade Baraldo, a Fresno disponibilizou nessa sexta-feira, 5 de julho, seu mais novo disco de estúdio: sua alegria foi cancelada.

Contando com dez faixas e projeto visual bastante diferente dos já lançados pela banda, o disco vem com a difícil missão de suceder o excelente A Sinfonia de Tudo que Há.

Como já tem sido comum nos trabalhos mais recentes da banda, formada por Lucas Silveira (guitarra/vocal), Gustavo Mantovani “Vavo” (guitarra), Mario Camelo (teclados) e Thiago Guerra (bateria), vemos um disco bastante ousado, cheio de referências e influências de diversos estilos, trazendo logo de cara a melancólica O Arrocha Mais Triste do Mundo, seguida da porrada We Will Fight Together,  que caberia facilmente no disco Revanche, lançado em 2010.

Isso Não É Um Teste e Natureza Caos surgem em seguida, misturando elementos indie e eletrônicos ao já conhecido estilo da banda. Essa segunda já havia sido lançada como single anteriormente. A faixa título, Sua Alegria Foi Cancelada conta com a participação da cantora Jade Baraldo e traz de volta a melancolia do começo do disco, transformando em uma  espécie de montanha-russa a experiência de ouvir o disco por completo.

Convicção e De Verdade, outras duas canções já lançadas como single anteriormente, trazem novamente os extremos. A primeira, é uma porrada do começo ao fim, soando como uma mistura de Muse com White Stripes. Inclusive, a faixa lembra muito Uprising do Muse, tanto musicalmente, quanto em relação à sua letra. De Verdade soa como um desabafo sincero e triste, e provavelmente é uma das letras mais intimistas de Lucas.

Cada Acidente conta com a participação da banda Tuyo e traz uma sonoridade surpreendentemente pop, moderna e ousada, com toques oitentistas, no melhor estilo da trilha sonora de Stranger Things. Uma das melhores do disco, com refrão fácil e grudento, tem tudo para ser uma das favoritas dos fãs, e caberia fácil ao lado de África, do Toto, ou alguma música de Random Access Memories, clássico disco do Daft Punk com Pharrell Williams e Nile Rodgers.

Quando Eu Caí prepara o ouvinte para o final, trazendo a bastante presente melancolia, soando como uma continuação do desabafo ouvido em De Verdade. A música começa simples vai crescendo, ganhando peso e emoção, lembrando bastante o disco anterior da banda.

Eu Não Sei Lidar fecha o disco, não por acaso. A faixa que nomeia o primeiro livro de Lucas, lançado em 2015, continua sua saga autobiográfica, trazendo muitos elementos eletrônicos, vozes e influências de diversos estilos.

Em geral, o disco surpreende pela diversidade de elementos e ousadia, trazendo uma sonoridade bem diferente dos discos anteriores, mostrando que cada vez mais, o mercado independente tem feito bem à banda.

 

 

 

Felipe Gomes http://www.behance.net/felipesgomes

Fotógrafo de palco e de gente, colecionador de discos, filmes, livros e algumas coisas mais.

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