Review | Benzinho

Benzinho é a promessa de se tornar um dos filmes mais queridinhos do circuito nacional no ano. Premiado no 46º Festival de Gramado com os prêmios de melhor atriz (Karine Teles), melhor atriz coadjuvante (Adriana Esteves), além do prêmio da crítica e do Júri Popular, a produção é uma das 22 postulantes a representar o Brasil no Oscar estrangeiro do ano que vem.

Resultado de imagem para benzinho

O diretor Gustavo Pizzi (Riscado), em parceria com Karine Teles (Que Horas Ela Volta?), escreve um roteiro que traduz muito bem uma típica família de classe média brasileira, desde a rotina doméstica, passando pela criação dos filhos até a labuta para pagar as contas.

Uma grande família onde cada um dos membros tem muito a ser observado e, principalmente, abraçado pelo espectador. A mãe (Teles) que faz tudo sozinha, o pai (Otávio Müller, de Trair e Coçar é Só Começar) que sonha em mudar de vida, os filhos pequenos que só aprontam e a irmã da matriarca (Esteves), que foge do marido abusivo (César Troncoso, de Faroeste Caboclo).

Tudo isso está envolto em simbolismos de uma casa em ruínas onde a porta não abre e a entrada é pela janela, e também em brasilidades, quando as duas irmãs saem às ruas para vender marmitas e crochês, quando a patota toda se junta para ir à praia e nas discussões entre marido e mulher, seja entre Sônia (Esteves) e Alan (Troncoso) ou Irene (Teles) e Klaus (Müller).

Imagem relacionada

O principal choque do filme vem a partir da notícia de que o filho mais velho, Fernando (Konstantinos Sarris), ganha uma bolsa de estudos jogar handebol profissionalmente na Alemanha. Irene passará por um momento de aceitação: enquanto a ficha vai caindo, os problemas vão surgindo, a emoção vai aflorando e a saudade de quem ainda nem foi vai apertando.

A cena em que Irene assiste a um dos filhos tocando tuba em um desfile, depois que Fernando já partiu, é emocionante. É de cortar o coração. E essa emoção não existiria se Karine Teles não estivesse ali. Não que ela carregue o filme sozinha, porém, torna-se é essencial para que o “benzinho” que ela pronuncia tenha a força do abraço de uma mãe.

[wp-review id=”9262″]

Angelo Cordeiro

Paulistano do bairro de Interlagos e fanático por Fórmula 1. Cinéfilo com obsessão por listas e tops, já viram Alta Fidelidade? Exatamente, estilo Rob Gordon. Tem três cães: Johnny, Dee Dee e Joey, qualquer semelhança com os Ramones não é mera coincidência, afinal é amante do bom e velho rock'n'roll. Adora viajar, mas nunca viaja. Adora futebol, mas não joga. Adora Scarlett Johansson, mas ainda não se conhecem. Ainda.

Leia também...

Mais deste Autor!

+ Ainda não há comentários

Add yours