Review | Dark Souls Remastered

Dark Souls Remastered foi lançado em 25 de maio de 2018 pela From Software e publicado pela Bandai Namco para Xbox One, Playstation 4, Nintendo Switch e PC. Apesar de toda expectativa, trata-se de um remaster preguiçoso para um jogo que, pela história que tem, merecia no mínimo um pouco mais de capricho.

Lá em 7 de outubro de 2011, quando a From Software mostrou Dark Souls ao mundo dos consoles, perpetuou o estilo de jogo desafiador e impetuoso, em que a proposta se resume em “tentativa e erro”, acumulando mortes que constroem experiências, permitindo que o jogador avance.

Com o sucesso nos consoles, em 24 de agosto de 2012, Dark Souls chegou ao PC com uma versão mal portada, vários problemas técnicos, como comandos do teclado confusos e mal distribuídos, gráficos ruins e com quedas de frames significantes, mesmo para os mais potentes computadores da época. Em menos de um mês, mais especificamente em 19 de setembro, foi criado por fãs um MOD chamado DSfix para ajustar esses e outros problemas.

Importante destacar as melhorias nos gráficos em 1080p, não esquecendo dos audaciosos 4K para Xbox One X, PlayStation 4 Pro e PC. Agora temos 60fps fixos e uma atualização no multiplayer nos moldes do Dark Souls 3, com conexão por senha e capacidade para até seis pessoas.

Entre as modificações, algumas mecânicas foram melhoradas nas utilizações de itens e trocas de pactos, e fãs do jogo perceberão mudanças como a inclusão de uma fogueira perto do ferreiro Vamos nas Catacumbas. Concordo que isso fazia muita falta e gerava certa preguiça em fazer as armas de fogo.

No entanto, destaque mesmo para as sonhadas legendas em português (antes tarde do que nunca) – que nos PCs era possível implantar apenas por traduções não oficiais – e chegam aos consoles deixando a história menos confusa. Quem conhece a franquia sabe o quanto é difícil entender toda a lore do jogo, mesmo em português.

Bom, mas poderia ser melhor

O que se percebe nesse remaster, tirando o fato de ser o primeiro jogo da série num console da Nintendo, é que podemos resumir como um DSfix portado para consoles. Para os que, assim como eu, conheceram o jogo no Playstation 3 e Xbox 360, é possível perceber melhorias no gráfico, mas longe daquilo que os fãs da série esperavam. Se compararmos as  melhorias no PC, o negócio fica ainda mais complicado.

Os 60fps ajudaram e muito o jogo para os consoles. Passar por Blightown sem lags é quase um sonho e eu mesmo cheguei até a considerar que as quedas de frames foram feitas para complicar ainda mais a área. Não posso deixar de elogiar as conexões por senha, mecânica implantada em Bloodborne e que foi muito bem recebida para se jogar com amigos. O método de range de level de personagem do Dark Souls original sempre foi um problema para se avançar juntos.

Bom, mas poderia ser mais barato

Quando a notícia deste remaster surgiu, a maior preocupação era com relação ao preço que seria praticado. Sem dó nem piedade, Dark Souls Remastered foi vendido como jogo novo tanto na Live como na PSN e seu valor girou em torno de R$ 175,00. Apenas na Steam, para os que tiveram a versão Prepare to Die Edition, foi oferecido 50% de desconto.

Se lembrarmos que o Dark Souls original de Xbox 360 entrou na lista de retrocompatibilidade para os usuários do Xbox One, restaram poucos motivos para comprar o jogo. Já para os donos de PlayStation 4, que só podiam experimentar a franquia a partir do segundo jogo, comprar o remaster é uma oportunidade de entender como tudo começou.

Assim, Dark Souls Remastered é indicado para os proprietários de Nintendo Switch e Playstation 4. Esse é o primeiro jogo da franquia para os consoles da Nintendo, então é uma ótima oportunidade para conhecer esse título, que na minha opinião é o melhor da franquia, com uma ambientação perfeitamente interligada e de uma experiência maravilhosa. Do lado do PlayStation 4, como já falei, trata-se de uma oportunidade para saber como tudo começou e entender todas as referências existentes.

No PC, é quase improvável que os fãs da série não tenham o DSfix instalado, então a melhoria é pequena para justificar a compra, mesmo com o desconto de 50%. Como vantagem, pode-se levar em consideração a reformulação do multiplayer, mas mesmo assim, o preço é elevado.

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Este review foi produzido com uma cópia do jogo para Xbox One cedida pela assessoria de imprensa da Bandai Namco no Brasil.

Vitor Santos

Contador de tudo, menos de piadas. Ex-professor de violão e dança de salão, hoje samba para conseguir jogar nas horas vagas. Filho da era 8 bits, depois de percorrer todas as gerações até enraizar-se no Xbox One.

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