Por Marcos Kimura 
Departamento Q é uma série escocesa baseada em livros do dinamarquês Jussi Adler-Olsen, que inspirou város longametragens no páis estrelado por Nicolei Lie Kaas. Esta versão britânica tem como showrunners Scott Frank, responsável por O Gambito da Rainha, e a escritora Chandini Lakhani. O protagonista Carl Morck, interpretado por Matthew Goode, de Watchmen e Downton Abbey, é um detetive arrogante que considera seus colegas idiotas e ainda por cima é um inglês numa delegacia na Escócia.
Ele está afastado após um tiroteio em que, junto seu parceiro James Hardy (Jamie Sives, de Guerreiro Silencioso) e um policial uniformizado, são baleados. O novato morre, Hardy fica paraplégico e Morck saí relativamente ileso. Para retornar ao trabalho, ele tem que fazer terapia obrigatória com a psicóloga Rachel Irving, interpretada pela ótima Kelly MacDonald, talvez a atriz escocesa mais famosa do mundo (Trainspotting, Onde os Fracos não tem vez).
Na delegacia, sua chefe Moira Jacobson (Kate Dickie, mais conhecida como Lisa Arryn de Game of Thrones) se vê às voltas com a falta de recursos e a pressão para apresentar resultados, quando seus superiores propõe a criação de um departamento para resolver casos antigos que não foram resolvidos, como uma forma de responder à opinião pública. Moira vê na proposta uma forma que melhorar os equipamentos da unidade, e para dar uma satisfação a quem mandou a grana, resolve colocar o impopular, mas condecorado Morck à frente do Departamento. Este resiste, mas acaba concordando em liderar o que ele mesmo considera uma farsa. A ele se junta um refugiado sírio que deseja ser policial, Akram Salim (Alexej Manvelov, de Chernobyl), e uma investigadora relegada a trabalhos administrativos após um evento traumático, Rose Dickson (Leah Byrne). Seu parceiro Hardy, mesmo entrevado na cama de um hospital, acaba colaborando secretamente.
Paralelamente, vemos a promotora Merrit Lingard (Chloe Pirrie, de Emma) ao mesmo tempo em que luta para condenar um milionário acusado de matar a esposa, tem que cuidar do irmão com problemas neurológicos e ser ameaçada por mensagens anônimas. Sua história é contada em cortes alternados com a de Corck, mas logo ficamos sabendo que há uma gap de quatro anos entre os acontecimentos. O desaparecimento de Merrit será o primeiro caso do Departamento Q.
Ao mesmo tempo em que trabalha no caso, ele se intromete na investigação do tiroteio em que foi ferido, para exasperação dos colegas designados, que são obrigados a reconhecer que ele está certo na maior parte das vezes.
Não vou dar spoilers doque acontece a seguir, mas há diversas reviravoltas enquanto os personagens principais usam suas principais qualidades para desvendar o mistério: Cork com sua inteligência; Rose, com sua experiência em vasculhar arquivos; Hardy, mesmo convalescendo, com sua perspicácia investigativa; e Akram, embora um cara decente, mostra que o que fazia na Síria não era exatamente um trabalho burocrático.
Departamento Q tem 9 episódios facilmente maratonáveis e que deve ter uma segunda temporada por conta do sucesso na Netflix.
Fábio Alexandre