Nos últimos anos tem sido constante o empoderamento feminino em Hollywood. E pode-se dizer que a atriz e comediante Kate McKinnon vem fazendo sempre o mesmo papel em filmes onde o protagonismo feminino é marca, assim como no remake de Caça-Fantasmas e em A Noite é Delas. Em Meu Ex é Um Espião, McKinnon encarna novamente o papel de alívio cômico e da mulher empoderada que grita e luta – dessa vez literalmente – contra o machismo no mundo.
No filme, Audrey (Mila Kunis, de Perfeita é a Mãe) descobre que seu ex, Drew (Justin Theroux, de A Garota no Trem), é um agente secreto que vinha sendo perseguido. Após sofrer uma tentativa de assassinato, Audrey se junta à amiga Morgan (McKinnon) e ruma à Europa para cumprir a missão que Drew não conseguiu finalizar, porém se vê envolta em uma trama de espionagem e conspirações.
Força feminina
A química entre Kunis e McKinnon é ótima, há momentos sexys e engraçados e, se em alguns momentos o overacting de McKinnon aparece, não vejo motivos para se espantar com isso, é uma personagem feminista que vez ou outra enxerga a oportunidade de dar seu grito de liberdade às mulheres. Quando um filme tem alguma piada machista será que alguns se incomodam também?
A direção de Susanna Fogel (Entre Parceiras) merece destaque. Ela investe em um estilo ágil nas cenas de ação e há certa violência que não é costumaz aos filmes comerciais ultimamente, além disso, ela encarna bem o espírito dos filmes de espionagem, contando até com a presença da “capanga” Nadedja (Ivanna Sakhno, de Círculo de Fogo: A Revolta) que tenta a todo custo parar a dupla protagonista.
A brincadeira com os filmes de espionagem é válida e saudável, não só por colocar duas mulheres no protagonismo, mas também por não avacalhar os demais filmes do gênero ou superestimar este. Ainda sobra espaço para outra presença feminina, não tão aproveitada quanto poderia, mas que é vista pela personagem de McKinnon quase como uma divindade. Gillian Anderson (a famosa agente Scully, de Arquivo X) é a chefe do serviço britânico e mostra mais uma vez que é uma atriz acostumada a lidar com a liderança feminina.
É uma pena que o título em português não consiga fazer a mesma referência que o título original. The Spy Who Dumped Me (algo como “o espião que me abandonou”) é uma brincadeira com o título de um dos filmes do James Bond, The Spy Who Loved Me (007 – O Espião que me Amava), mas não é uma tradução ruim, entrega bem o espírito da coisa.
Em suma, Meu Ex é Um Espião é uma diversão despretensiosa com viés feminino sem precisar ser misândrico. Muito mais feliz em empoderar e entreter do que o recente Oito Mulheres e Um Segredo.
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