Novos ares para o terror nacional sempre serão bem-vindos, mesmo que de maneira desconjuntada e sem muita inspiração. É o caso de Motorrad – A Trilha da Morte, do diretor Vicente Amorim (Corações Sujos).
No longa, acompanhamos uma turma de motoqueiros que encara uma aventura pela Serra da Canastra. O jovem Hugo (Guilherme Prates, de O Último Virgem), sonhando em fazer parte desta equipe, rouba algumas peças de moto de uma oficina abandonada para que possa seguir os passos do irmão mais velho, Rodrigo (Emilio Dantas, de Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood). Depois de fazer amizade com a misteriosa e bela Paula (Carla Salle), eles seguem por uma trilha que lhes trará ingratas surpresas.
Apesar da temática interessante, que parece misturar elementos de slasher e thriller, Motorrad nunca parece decidido em mostrar o que realmente quer. O grande destaque do filme, desde o início, é sua fotografia pálida e quase sem cores, mas que com o tempo vai perdendo o sentido, já que nem sempre é trabalhada com o mesmo cuidado. Há de se destacar, ao menos, o trabalho da equipe de som, que uma sala de cinema ou um bom home theater conseguem captar com mais facilidade.
Porém, toda essa parte técnica parece um grande trabalho sobre o nada, onde a falta de objetividade da trama é lamentável. Amorim não se decide entre chocar visualmente ou flertar com o sobrenatural, deixando o espectador sem informações suficientes. Se fosse um slasher, seria preciso muito mais sangue e cenas brutais, mas elas são poucas e a fotografia não condiz com o gênero. Se fosse um thriller sobrenatural, seria preciso criar mais tensão e desenvolver melhor os personagens, mas os diálogos são quase inexistentes e o sobrenatural é jogado na história sem sentido algum.
Motorrad – A Trilha da Morte pode ser uma boa tentativa de tentar fazer algo que o nosso cinema pouco produz, mas peca por não saber aonde quer chegar. Valeu a tentativa.
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