Review | Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi

A Netflix parece ter acertado em cheio com Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi. Desde seu filme de estreia, Beasts of No Nation, nenhuma outra produção do serviço de streaming foi tão lembrada em premiações como este.

Contando com quatro indicações ao Oscar, uma delas a primeira indicação de uma mulher, Rachel Morrison, em melhor fotografia, além das indicações em melhor atriz coadjuvante para Mary J. Blidge (Rock of Ages: O Filme), roteiro adaptado e canção original com Mighty River, Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi se torna a produção que a Netflix precisava para encantar os votantes da Academia.

Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi tem como foco a tensão entre duas famílias durante o período pós Segunda Guerra Mundial no sul dos Estados Unidos. Ou seja, a Academia já é propícia a admirar histórias com essa temática, e se a maneira com que a diretora Dee Rees (Pariah) a conduz é previsível e simplória, a fotografia de Morrison nos enche os olhos.

Na história, os McAllan chegam em sua nova propriedade, já habitada pelos Jackson que, por serem negros, não tem muitos direitos sobre a terra. Ambas famílias enviaram um de seus filhos para a guerra, e com o retorno deles, as tensões aumentam.

Utilizando de ótimos artifícios para conhecermos melhor os personagens e suas atitudes, Dee Rees dá, aos principais, momentos onde cada um deles narra e expõe suas reflexões de vida. São bons monólogos intimistas acompanhados de cenas que não necessitam de flashbacks. Cada um desses momentos nos trarão reflexões sobre vários dos temas pelo qual o roteiro de Dee Rees e Virgil Williams passa, desde a posição da mulher na família, o preconceito racial e traumas pós-guerra.

Mesmo sabendo levar seus personagens até certo ponto, evitando maniqueísmos, falta cuidado a Dee Rees no terceiro ato, sendo um filme que termina de maneira frustrante devido a algumas escolhas precipitadas para alguns deles. Ainda assim, Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi é uma produção Netflix que merece destaque no catálogo do serviço (ainda não disponível no Brasil) e também no gênero.

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Angelo Cordeiro

Paulistano do bairro de Interlagos e fanático por Fórmula 1. Cinéfilo com obsessão por listas e tops, já viram Alta Fidelidade? Exatamente, estilo Rob Gordon. Tem três cães: Johnny, Dee Dee e Joey, qualquer semelhança com os Ramones não é mera coincidência, afinal é amante do bom e velho rock'n'roll. Adora viajar, mas nunca viaja. Adora futebol, mas não joga. Adora Scarlett Johansson, mas ainda não se conhecem. Ainda.

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