4 out 2025, sáb

Quando você ve um elenco formado por dois ganhadores do Oscar como intérpretes principais – Helen Mirren (A Rainha) e Ben Kingsley (Gandhi) – um ex-James Bond – Pierce Brosnan –; um ex-Doctor Who David Tennant – um ex-papa – Jonathan Pryce (Francisco em Dois Papas) – e um ex-capiroto – Tom Ellis (o próprio Lúcifer), e o diretor de Esqueceram de Mim e dos dois primeiros Harry Potter, Chris Columbus, obviamente acha que o negócio é bom. Infelizmente, #sqn.

O Clube do Crime das Quintas-feiras é formatado como um whodunit, que é como são conhecidas as produções de crime à inglesa, em que um ou mais detetives tem que desvendar um assassinato, na tradição de Arthur Conan Doyle e Agatha Christie.

Um grupo de idosos num asilo de luxo formado por Elisabeth (Mirren), Ron (Brosnan) e Ibrahim (Kingsley) se reúne às quintas-feiras para um hobby peculiar: resolver assassinatos não resolvidos por meio de arquivos fornecidos por uma amiga de Elisabeth, ex-comissária de polícia, que está em coma na mesma casa de repouso.

A chegada da enfermeira aposentada Joyce (Celia Imrie, de O Grande Hotel Marigold, outro filme de terceira idade) fornece o que faltava à gangue: alguém que conheça traumas e ferimentos. O caso em questão é de uma jovem morta a facada nos anos 70, cujo principal suspeito é o ex-namorado, que sumiu após ser interrogado e liberado pela polícia.

Resort

Enquanto isso, Ian Wentham (Tennant), um dos sócios do asilo – que inclui um cemitério – planeja derrubar tudo para construir um resort de luxo. Nesse meio tempo, seu sócio Tony Curran (George Bell, de Terra da Máfia) é brutalmente assassinado. Assim, os detetives idosos têm agora dois crimes para investigar.

Eles conseguem um agente infiltrado na delegacia local na policial Donna de Freitas, papel de Naomi Ackie, atriz que anda trabalhando bastante ultimamente: foi a Whitney Houston na cinebiografia I Wanna Dance with Somebody, foi protagonista da estreia de Zoë Kravitz como diretora em Pisque Duas Vezes e foi namorada de Robert Pattinson no subestimado Mickey 17.

O filme adapta o primeiro de uma série de livros de Richard Osman, com óbvia intenção de emplacar uma franquia audiovisual, com esse mesmo grupo de personagens, mas o roteiro de Katy Brand (Boa Sorte, Leo Grande) e Suzanne Heathcote (Killing Eve) não ajuda.

Na intenção de agradar todo  mundo, o resultado é uma história rasa, cheia de clichês, previsível, e o que é pior, um desperdício de talentos. Até mesmo a boa piada envolvendo Helen Mirren e seu papel vencedor do Oscar é um easter egg jogado fora.

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