Review | Oito Mulheres e um Segredo

Lançado no Brasil como contraponto à Copa do Mundo, Oito Mulheres e um Segredo é a versão feminina de Onze Homens e um Segredo. Não é um reboot, como o Caça-Fantasmas com Melissa McCarthy: a história é quase uma continuação, já que a protagonista Debbie (Sandra Bullock) é irmã do Danny Ocean de George Clooney.

Depois de passar mais de cinco anos na prisão, após ter sido traída pelo cúmplice e amante Claude Becker (Richard Armitage, o Thorin da trilogia O Hobbit), ela sai em liberdade condicional com um plano mirabolante na cabeça. Para executá-lo, procura a amiga Lou (Cate Blanchett, de Thor: Ragnarok) para recrutar um time de especialistas. Ele acaba sendo formado pela estilista decadente Rose Weil (Helena Bonhan-Carter, de Alice no País das Maravilhas), a hacker Bola Nove (Rihanna, de Battleship), a receptadora Tammy (Sarah Paulson, de American Horror Story), a batedora de carteira Constance (Awkwafina, de Vizinhos 2) e a joalheira Amita (Mindy Kalling, de Vida de Escritório). O grande roubo passa pela atriz-celebridade Daphne Kluger (Anne Hathaway, de O Cavaleiro das Trevas Ressurge), que será a hostess do Baile de Gala anual do Metropolitan Museum.

Para azar de todos, o diretor-roteirista Gary Ross (do primeiro Jogos Vorazes e de Seabiscuit – Alma de Herói) se preocupa mais com empoderamento feminino e diversidade cultural do que em fazer cinema. Não deve ser fácil conduzir um elenco tão estrelado e os egos em questão.

Sandra Bullock está visivelmente fora de seu habitat natural, que são as comédias em que ela desfila seu histrionismo, e as melhores atrizes do elenco, Cate e Helena, atuam no piloto automático sem construir sequer um tipo, que dirá um personagem. Quem tem a chance de se exercitar mais é Anne, quase uma caricatura de si mesma, incluindo seu controvertido affair com um vigarista, anos atrás.

No geral, a narrativa carece do ritmo que Steven Soderbergh imprimiu em sua trilogia, sem falar no ambiente de camaradagem entre os astros que transbordava da tela. Nem sempre o elenco se divertir em cena tanto ou mais que o espectador é um ponto positivo, mas quando o clima entre as atrizes é perto de zero Kelvin, o resultado não pode ser bom.

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Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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