Lançado em 2007, o livro A Cabana, escrito por William P. Young, foi um sucesso de vendas e rapidamente tornou-se um best-seller. Adaptado para o cinema pelo mesmo produtor de As Aventuras de Pi e Um Sonho Possível e sob a direção de Stuart Hazeldine (roteirista de Presságio), o longa com certeza irá atrair para as salas o público mais religioso, assim como a obra literária o fez entre os cristãos.
Antes de mais nada, é importante entender dois pontos: livro é diferente de filme, a profundidade de uma obra literatura é completamente diferente de uma obra que exige menos de nossa imaginação como o cinema. Outro ponto: o filme tem uma mensagem clara a ser passada que não é para todo tipo de público. Não, o filme não quer doutrinar a todo instante, mas também não tem intenção de ser laico.
A história é a mesma do livro: a filha mais nova de Mackenzie Philip (Sam Worthington, de Avatar) desaparece durante as férias em família e há indícios de que ela fora raptada e assassinada numa cabana. Anos mais tarde, Mack recebe uma carta, aparentemente de Deus, fica intrigado e decide voltar à tal cabana.
O filme tem seus problemas técnicos. A passagem de tempo no início é bastante confusa e não fica claro quanto tempo se passa após o desaparecimento da filha de Mack. Além disso, existe um flashback no início do filme colocado apenas para certa cena piegas mais ao final da sessão, que não agrega muito ao drama de Mack, pelo contrário.
Quanto ao elenco, não muito inspirado, Sam Worthington não consegue expressar todo o sofrimento de um pai que acabara de perder a filha (além de outro drama do passado), tampouco toda a raiva ao defrontar-se com Deus, vivido na maior parte do tempo por Octavia Spencer (Histórias Cruzadas), que se mostra bastante à vontade e entrega a melhor atuação. Entre os demais, Graham Greene (Dança com Lobos), Alice Braga (Eu Sou a Lenda) e Radha Mitchell (Silent Hill) estão entre os rostos mais conhecidos do público, mas nada que mereça grande destaque. A curiosidade fica apenas para a Santíssima Trindade personificada: a novata e belíssima Matsubara Sumire é o Espírito Santo e o ator israelita Aviv Alush interpreta Jesus.
Por fim, apesar de não ter as qualidades de uma grande obra cinematográfica, o filme tem sua força na mensagem que quer passar. É claro, como já foi dito, fica difícil atingir o mesmo grau de emoção que o livro pode ter causado naqueles que leram, mas o filme também emociona, mesmo que não se aprofunde tanto em certos questionamentos que ele mesmo causa por meio do personagem Mack.
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