A Netflix segue firme e forte com suas produções originais e adicionou recentemente ao seu catálogo o filme A Mulher Mais Odiada dos Estados Unidos, produção de 2017, que conta a história da ativista ateísta Madalyn Murray O’Hair.
Tommy O’Haver assina como diretor e roteirista e segue a mesma fórmula de seu trabalho anterior – Um Crime Americano, sobre outro caso que chocou os Estados Unidos na década de 60 – começando o filme a partir de um ponto e voltando na história para contar como chegara até ali, intercalando entre idas e vindas no tempo para entendermos certas ações dos personagens.
Se ali O’Haver consegue conduzir a história de forma eficaz gerando impacto e revolta, aqui a superficialidade do roteiro acaba afetando o resultado final. O grande trunfo do filme está em Melissa Leo (oscarizada por O Vencedor) com uma atuação excelente e que mostra como Madalyn não era nada fácil.
Resumindo a história, certo dia, ao levar seu filho para a escola, Madalyn nota que ele é obrigado a orar com toda a turma. Não concordando com aquilo, ela leva o caso à Suprema Corte e consegue a proibição das orações nas escolas públicas dos EUA. Tal fato gera comoção nacional e Madalyn cria a American Atheists, começando seu ativismo antirreligioso e mostrando todo seu lado controverso, se tornando uma figura pública que ia a programas de TV e de rádio proferir palavras e atos que enfureciam cada vez mais os cristãos. Depois de anos, ela é sequestrada junto de seu filho e sua neta, e tal fato será crucial para o desenrolar da história.
O’Haver peca ao não explicar como surgiu o ateísmo de Madalyn, tampouco mostra suas conquistas nos anos de ativismo, focando apenas em seus dias de convivência com seus sequestradores e seu convívio familiar, ficando um certo ar de preguiça do roteiro por não se aprofundar em temas que seriam interessantes ao espectador para entender a personalidade de Madalyn.
Desta forma, o filme tem um tom episódico e não convence tanto nas atuações do elenco coadjuvante quanto na adaptação biográfica. Ainda assim, vale a pena por uma Melissa Leo em forma e para conhecer um pouco dessa figura tão polêmica.
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