Review | Assassin’s Creed: Odyssey

Quem nunca gostou de estudar História na escola com certeza mudou de opinião depois de jogar Assassin’s Creed. A partir do segundo jogo da franquia, quando se fala em um novo título, a primeira pergunta é: em que época o jogo será? Depois de visitar o Egito, a exploradora e ex-funcionária da Abstergo, Layla Hassan, chega a Grécia antiga. 

Assassin’s Creed: Odyssey foi desenvolvido e distribuído pela Ubisoft, e lançado em 5 de outubro para Playstation 4, Xbox One e PC.

Senta, que lá vem a história!

Logo de início, é inevitável se arrepiar ao controlar o Rei Leônidas com seus golpes brutais na companhia de seu exército. Em pouco tempo, você estará dando o épico chute e gritando: ”This is Spartaaaaaa!”. Neste prólogo, você enfrenta os persas na épica Batalha das Termópilas, com seus 300 homens, e serve basicamente para você testar as habilidades e combos que fazem parte das inovações nas mecânicas – que deixarei para comentar depois.

Acabando o prólogo, você poderá escolher entre dois personagens: Kassandra ou Alexious. Mas podem ficar tranquilos: a história não muda (em um primeiro momento) conforme sua escolha.

O personagem escolhido carregará a ponta da lança de Leônidas – equipamento que pode ser aprimorado com o decorrer da história. É legal lembrar que, cronologicamente falando, esta aventura se passa antes dos acontecimentos de Origins, por isso, não existem templários e assassinos, nem tampouco a lâmina oculta.

Isso é Assassin’s Creed?

Para quem a franquia, até o lançamento de SyndicateAssassin’s Creed sempre se tratou de um jogo de aventura. Contudo, depois de Origins, a série ganhou elementos de RPG, o que se concretiza em Odyssey.

Começamos pelo mundo aberto, uma ambientação muito bem feita com diversos animais, montanhas, rios e lagos. Não podemos esquecer dos mares – acompanhados das polêmicas batalhas navais. Você pode colher madeira de arvoredos, peles de animais, minérios em cavernas, além de conseguir materiais saqueando barcos nos mares.

Falando em animais, a caça é muito bem-vinda, desde simples porcos ou veados e ursos ferozes. Mas não saia por aí achando que matará tudo e a todos, até os animais têm nível. Eu mesmo me deparei com um cachorro de quem não consegui tirar sequer um arranhão.

Falando em níveis, a árvore de habilidades se divide em três categorias: caça, combate e assassinato. Você pode definir um perfil para a construção do personagem e a maioria dessas habilidades não são passivas, mas podem ser ativadas no menu de acesso rápido e serem utilizadas por meio de uma barra, parecida com uma espécie de mana.

Nas duas opções de menu de acesso rápido, cabem quatro habilidades divididas por corpo a corpo e dano a distância – que em sua maioria se trata de ataques com flechas. Vale ressaltar que a evolução do jogo não acontece apenas nas histórias principais: é necessário despender horas e ter muita paciência para completar as mais diversas missões paralelas que são ofertadas.

As missões lembram muito The Witcher 3: as conversas vão acontecendo e você deve escolher se quer se aprofundar nas informações ou dar aquela rushada básica e aceitar logo. Agora, se você não for com a cara do NPC, basta falar NÃO e negar a missão. 

Aproveitando , um dos pontos mais fortes do jogo é sua dublagem em português. Como adiantado aqui no Nerd Interior, o Alexious foi dublado pelo ator e dublador Raphael Rossato, responsável por Kristoff, de Frozen; Peter Quill, de Guardiões da Galáxia; Augustus Waters, de A Culpa é das Estrelas; além de ter emprestado sua voz para Cisco Ramón, na série The Flash. Para Kassandra, a escolhida foi Letícia Quinto, que já dublou Saori Kido no anime Cavaleiros do Zodíaco; Kagome Higurashi em Inu Yasha; e Sandy Bochechas em Bob Esponja. As críticas em relação à dublagem em Origins visivelmente causaram efeito em Odyssey.

Nenhuma missão acontece sem ter uma história bem montada, e a recompensa nem sempre será unicamente ouro, podendo ser materiais, equipamentos, ou até um convite para o NPC fazer parte de sua tripulação.

Içar velas!

Como já adiantei, as polêmicas batalhas navais estão presentes no jogo. Seguindo a mesma mecânica e administração apresentadas em Black Flag, trazem atualizações importantes.

Seu navio possui dois tipos de ataques: Saraivada de Flechas e Arremesso de Dardos. Com a ajuda de braseiros, você poderá flamejar antes de lançar, o que implica em um aumento significativo do dano. Não podemos esquecer que temos o famoso abalroamento, um movimento em que se usa o bico da proa para ataques frontais. Como resistência, é possível aprimorar o casco, o vigor dos remadores e a armadura da tripulação.

Terminando com chave de ouro, temos agora a opção de configurar o rol de tenentes, com até quatro slots (dependendo do level do personagem) para angariar bônus em ataques ou resistência. Um SPOILER: é possível desbloquear o personagem Bayek, de Origins, e Evie, de Syndicate, para serem seus generais. Mais um bom easter egg que a Ubisoft deixa para os fãs da franquia.

Cuidado, Mercenários!

Apresentados como Phylakes no Origins, estas figuras são chamadas de Mercenários na antiga Grécia. Seu personagem é um mercenário e tem que fazer missões de assassinatos, conquistando assim recompensas. Restam duas opções: pagar por essa recompensa ou matar os assassinos para baixar seu nível de procurado.

São ao todo nove níveis de mercenários, totalizando uma faixa de 30 que você encontrará – ou não – pelo mapa. O mais interessante disso é que eles aparecem nos momentos mais relevantes, como no meio de uma missão. Cheguei a enfrentar três de uma só vez. Levando em consideração que geralmente eles possuem o mesmo nível do seu personagem, foi uma bela pancadaria na Grécia antiga.

Os Cultistas

Quem jogou a saga Ezio conhece a famosa lista dos próximos alvos. “Os Cultistas” é um grupo de extermínio que comanda os acontecimentos entre a guerra de Esparta e Atenas.

Em todos os encontros, os integrantes usam a mesma roupa e a mesma máscara para ocultar sua identidade, de onde se origina o nome: Cultistas. E para descobrir quem é quem para que você possa eliminar, terá que procurar por pistas em diversos lugares, como baús, corpos de outros integrantes e muito mais.

Além disso, cada integrante carrega um artefato que é usado para aprimorar o poder da lança de Leônidas que seu personagem carrega. Essa lança é a substituta da faca oculta conhecida nos outros títulos. Os golpes aéreos ou assassinatos em modo stealth são feitos com essa lança.

Diga Xis!

Como inserido em Origins, o modo fotografia também está presente em Odyssey. Você pode compartilhar com outros jogadores suas fotos e as deixar marcadas no mapa. Assim como pode ver as fotos dos outros. Um adendo legal, pois o jogo conta com vários locais cinematográficos. Com certeza, aquela foto bem feita daria um belo quadro na sua sala!

Como configurações temos profundidade, exposição, temperatura, matiz, saturação, ruído e vinheta. Com paciência e um toque de criatividade, o céu é o limite.

Vale a pena?

Assassin’s Creed: Odyssey, sem sombra de dúvidas, está entre os melhores títulos da franquia. Particularmente, carrego Ezio Auditore como meu assassino favorito – e ainda insuperável. Mas quando falamos de jogabilidade, possibilidades, beleza e realismo do mundo, com certeza não temos como desqualificar o título.

Este novo jogo foi desenvolvido em conjunto com Origins, porém com equipes diferentes, mas ambos possuem similaridades. A mais nítida é a proposta de levar a franquia para uma ambientação RPG. Particularmente, acho muito válido, pois cada vez mais o público tem sido bem receptivo a esse estilo de jogo.

O único ponto negativo: a necessidade de completar as missões paralelas para o avanço do jogo, Tive que enfrentar inimigos com level 16 quando meu level estava no nível 12, justamente porque foquei em completar apenas as missões principais. E desde Origins, é notável a dificuldade de enfrentar inimigos com level superior ao seu. Acredito que o problema seja a pouca experiência que se ganha nas missões principais, quando comparada com as paralelas.

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Este review foi produzido com cópia do jogo para Xbox One, cedida pela assessoria de imprensa da Ubisoft no Brasil.

Vitor Santos

Contador de tudo, menos de piadas. Ex-professor de violão e dança de salão, hoje samba para conseguir jogar nas horas vagas. Filho da era 8 bits, depois de percorrer todas as gerações até enraizar-se no Xbox One.

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