Quando se fala em Segunda Guerra Mundial logo imaginamos dramas tristes e pesados geralmente ocorridos durante o Holocausto e em campos de concentração ou filmes de guerra com bombardeios e o conflito entre nazistas e aliados. Não é o caso de Bye Bye Alemanha (no alemão Es war einmal in Deutschland… ou Era Uma Vez na Alemanha…) do diretor Sam Garbarski (Irina Palm).
Na história baseada em fatos reais que se passa em uma Alemanha pós-guerra tomada pelo exército aliado e com diversos campos de refugiados, David Bermann (Moritz Bleibtreu de Corra Lola, Corra) reúne seus amigos judeus para começar um negócio de venda de roupa de cama fina aos alemães. O sonho do grupo é juntar dinheiro para viajar à América, porém Bermann guarda um segredo e é a partir de uma série de interrogatórios aos quais ele é submetido que vamos conhecendo o que ele esconde em seu passado e que pode por todo o plano a perder.
Com ares de filme televisivo, Garbarski parece contar uma história no piloto-automático, mas que ainda assim diverte. É notável que o filme tem diversas sequências feitas em estúdio, com recriação das ruínas da Alemanha bombardeada, algo que não incomoda, mas mostra que os recursos para o filme eram limitados.
De qualquer forma a história é bem desenvolvida, mesmo que por diversas vezes exagere em algumas subtramas que não são tão essenciais, como o forçado romance entre Bermann e a oficial americana Sara Simon (Antje Traue de O Homem de Aço) que o interroga.
O bom tom cômico do personagem de Bermann e da história dão o ritmo que o filme precisa para entregar algo sutil e que possa atender a todos os públicos, mesmo que se passe em uma época tão traumatizante.
Além disso, serve ainda para mostrar um lado dos judeus que poucas vezes é visto no cinema mais comercial e de Hollywood: pessoas que também se divertem e também sabem se aproveitar dos alemães. Há uma fala interessante de Bermann que traduz muito bem isso: “Os alemães acham que somos todos sub-humanos e covardes.” Aqui temos essa imagem desmistificada.
A experiência é positiva, o filme consegue emocionar e divertir ao mesmo tempo, sem apelar para toda a aura da Segunda Guerra que cerca aquele grupo de judeus, mesmo que ela seja importante para o cerne da trama.
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