Review | DiRT 4

A Codemasters não precisa provar mais nada a ninguém quando o assunto é jogos de corrida. Séries como F1, Toca Race Driver e Grid já demonstraram a capacidade da empresa em fornecer experiências consolidadas e divertidas no volante de todo tipo de carro que se possa imaginar. Não foi diferente com a série DiRT que, desde sua origem, quando ainda se intitulava Colin McRae Rally (passou a utilizar apenas DiRT após a morte do piloto, em 2007), impressiona pela qualidade técnica e fidelidade em reproduzir as emoções de uma corrida em carros de rally. Agora, em 2017, DiRT 4 chega para PC, PS4 e Xbox One e mantém o legado da empresa, desta vez abraçando um escopo ainda maior.

O antecessor de DiRT 4, DiRT Rally, considerado um dos melhores simuladores de rally de todos os tempos, foi uma experiência de simulação que agregou o feedback da comunidade na época, que elogiava a qualidade da simulação mas também sentia falta de algo mais casual. Assim, DiRT 4 surgiu e trouxe esta proposta para os jogadores, abraçando os dois públicos, tanto aqueles que ainda querem os desafios da simulação total, quanto os jogadores que querem apenas se divertir, sem se preocupar se a altura da suspensão está adequada para a pista.

Assim que você começa a jogar DiRT 4, a primeira pergunta que é feita é como você deseja pilotar seus carros pelas pistas ao redor do mundo. Em Simulation você tem a experiência completa – e também complexa – de um simulador de rally, inclusive com todas as nuances possíveis de alterações nos veículos, já em Gamer, a simulação sai de cena e o modo de jogo torna-se mais amigável, sem abrir mão de propor desafio para o jogador.

Por ser conhecido pela fidelidade com que trata o mundo do rally automobilístico, a série DiRT sempre foi um bom exemplo técnico de como se fazer um jogo de corrida. Não é diferente em DiRT 4, que apesar de não ter o mesmo impacto gráfico de DiRT Rally na época de seu lançamento, continua competente nestes aspectos, deixando o visual bastante factível e próximo ao de um rally real. Tudo é potencializado pela excelente edição de som, que desde os sons do veículo aos comandos dados pelo seu navegador, transporta o jogador de forma crível para a corrida.

Além de um modo carreira bastante completo, em que você começa das categorias menores e avança até o campeonato mundial e também precisa negociar contratos de profissionais e patrocinadores para a sua equipe, DiRT 4 possui modos de jogo como o Joyride com provas como Smash Attack e Time Attack e as divertidas disputas de Rally Cross. No entanto, o destaque fica para o modo Your Stage, que permite a criação de um rally personalizado com geração de percursos procedurais.

No multiplayer, o principal ponto é a forma como ele é balanceado pela restrição de carros nos eventos – alguns deles podem ser criados pela própria comunidade. Este sistema impede a disputa desleal entre jogadores, quando alguns estão claramente com carros superiores aos outros. Além disso, os eventos esporádicos criados pela Codemasters e os que são criados pelos próprios jogadores dá longevidade ao online, que corre menos risco de se estagnar e deixar de oferecer bons conteúdos.

Por outro lado, DiRT 4 derrapa na apresentação de seu tutorial de pilotagem. Apesar de ser bastante completo e ensinar todos os macetes para uma boa direção em um rally, a DiRT Academy desanima o jogador por apresentar um ambiente isolado e possuir muitas lições a serem feitas. Ao menos é dada a opção do jogador ignorar todo este processo.

Monotonia é o que o jogador pode sentir também conforme avança no jogo e experimenta as pistas disponíveis. A falta de um conteúdo licenciado neste caso é prejudicial (a World Rally Championship tem seu próprio jogo) e os trechos das pistas começam a se repetir mais cedo ou mais tarde. Apesar do jogo propor novos desafios e abordagens de competição em cada uma delas, o sentimento de “já passei por aqui” impera.

 

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DiRT 4 está disponível para PC, PS4 e Xbox One.

Este review foi produzido com uma cópia cedida gentilmente pela assessoria de imprensa da Codemasters no Brasil.

Rodrigo Gatti http://www.nerdinterior.com.br

Jornalista que não faz mais jornal. Nem é tão nerd, já que sabe até dançar. Lembra com avidez da época em que alugava De Volta para o Futuro nas famigeradas locadoras. Filho da era 16 bits, tem saudade do tempo em que sua maior preocupação era saber se o combustível do carro vermelho em Top Gear iria durar até o final da corrida. Hoje, seu maior problema é pagar contas com o salário de jornalista.

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