Gloria Grahame é uma das grandes e belas atrizes do cinema. Vencedora do oscar de atriz coadjuvante por Assim Estava Escrito de Vincente Minnelli. Teve uma vida agitada, com quatro casamentos e quatro filhos, inclusive um desses casos com seu enteado.
Em Estrelas de Cinema Nunca Morrem, o jovem Peter Turner (Jamie Bell de Billy Elliot) conhece a consagrada e oscarizada Gloria Grahame (Annette Bening de Mulheres do Século XX) no ano de 78 – muito depois de seu sucesso em Hollywood na década de 50 – e acompanhamos uma história que funciona num paralelo entre memória afetiva e homenagem, quando Gloria, após um mal súbito, pede a Peter que a acolha em sua casa em Liverpool.
O roteiro de Matt Greenhalgh (dos bons Control e O Garoto de Liverpool) – baseado nas memórias do próprio Peter Turner – aliado à montagem de Nick Emerson (dos ótimos Lady Macbeth e Encarcerado) são o diferencial do longa, fazendo com que as idas e vindas no tempo não sejam difíceis para o espectador.
A direção de Paul McGuigan (Victor Frankenstein) é segura, assim como as atuações de Bening e Bell. Bening, inclusive, altera seu tom de voz de maneira honrosa e, se você fechar os olhos em certas cenas, mesmo que nunca tenha ouvido ou visto Grahame fora dos filmes, pode sentir sua entonação, belo trabalho.
O “problema” do longa é que ele soa homenagem demais, mesmo sendo belamente pintado pela fotografia ensolarada e leve da época em que o romance entre os dois florescia e mais fria e escura do momento em que Gloria vai a Liverpool, Estrelas de Cinema Nunca Morrem fica preso ao estilo biográfico e não consegue escapar dessas amarras. Ainda assim, funciona justamente por ser uma bela ode de Turner à sua eterna amada Gloria Grahame.
P.S.: O próprio Peter Turner aparece em uma cena no terço final do longa, no teatro, como Jackie.
P.S.2: A última cena é hilária, resumindo bem como Grahame era e deve ser lembrada: inusitada, sorridente e bela.
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