Review | Fahrenheit 451

Se você gosta da obra escrita de Ray Bradbury e/ou da adaptação para o cinema de François Truffaut de 1966, passe longe de Fahrenheit 451, remake televisivo da HBO dirigido por Ramin Bahrani (99 Casas). Fahrenheit 451 é um insulto à memória do livro.

Se o filme de Truffaut possuía grande carga dramática, psicológica e literária, o diretor Ramin Bahrani parece ter queimado tudo isso por conta própria, fazendo de uma obra tão rica um simples sci-fi de ação. Sua abordagem mais frenética e convencional até poderia funcionar nos dias de hoje, mas a execução atrapalhada e os exageros de algumas atuações diminuem ainda mais o projeto que já era raso.

É triste ver um trio como Michael Shannon (A Forma da Água), Michael B. Jordan (Pantera Negra) e Sofia Boutella (Atômica) em personagens mal desenvolvidos.

Ao optar por dar mais atenção a uma estética futurística (mas que sequer chega aos pés de um Blade Runner) e ao embate entre os personagens de Shannon e B. Jordan, Bahrani esquece (ou não sabe como mesmo) de nos dar explicações claras do porquê de os livros serem tão perigosos para a sociedade (menos a Bíblia e Moby Dick), fazendo de seu filme uma obra vazia que poderia virar cinzas sem causar nenhuma perda à sociedade.

 

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Angelo Cordeiro

Paulistano do bairro de Interlagos e fanático por Fórmula 1. Cinéfilo com obsessão por listas e tops, já viram Alta Fidelidade? Exatamente, estilo Rob Gordon. Tem três cães: Johnny, Dee Dee e Joey, qualquer semelhança com os Ramones não é mera coincidência, afinal é amante do bom e velho rock'n'roll. Adora viajar, mas nunca viaja. Adora futebol, mas não joga. Adora Scarlett Johansson, mas ainda não se conhecem. Ainda.

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