Quando o primeiro filme estreou, minha mente ‘explodiu’, assim como de muitos outros fãs de filmes de ação e, principalmente, espionagem. O gênero, que encontrara década antes ‘morada’ na franquia protagonizada por James Bond (e em Sean Connery a figura perfeita para sua estreia), estava carente de uma nova direção, precisando fazer sentido para uma nova geração.
Assim, Matt Damon tornou-se o agente secreto perfeito para representar esta fase do gênero, em que a tecnologia exigia um modus operandi condizente com os novos meios de se relacionar. Em Identidade Bourne (2002), conhecemos o personagem e damos início a uma jornada que levaria à descoberta de sua real identidade em O Ultimato Bourne (2007). Junto com A Supremacia Bourne (2004), os dois últimos filmes foram dirigidos por Paul Greengrass, que ‘reinventaria’ o cinema de ação nesta década.
Agora, nove anos depois, Damon está de volta ao personagem de Jason Bourne (2016). Mas qual seria sua real motivação. Na trama, Bourne está fora do radar até ser surpreendido por Nicky Parsons (Julia Stiles), que o procura oferecendo novas informações sobre seu passado. Inicialmente resistente, ele acaba retomando a investigação e entra na mira do ex-chefe Robert Dewey (Tommy Lee Jones), que teme mais um vazamento de dados. Dentro na CIA, no entanto, a novata Heather Lee (Alicia Vikander) acredita que tentar recrutar Bourne para a agência seja a melhor solução.
Em meio a tudo isso, Damon e Greengrass discutem as redes sociais e o direito à privacidade, temas tão recorrentes assim como o vazamento de informações, ainda mais após a polêmica do WikiLeaks. E é este o pano de fundo para que Bourne se envolva em uma nova corrida para descobrir novos detalhes do seu passado, enquanto precisa deter os planos de um diretor da CIA.
Como é frequente na franquia, Damon está bem acompanhado. Além de Tommy Lee Jones como vilão e Vincent Cassel como seu antagonista, destaque para a hacker interpretada por Vikander, que vai ganhando destaque após o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por A Garota Dinamarquesa. Assim como nos filmes anteriores, resta pouco espaço para os diálogos, privilegiando as cenas de ação, que continuam intensas.
Nos detalhes que ‘amarram’ a história, Jason Bourne conta, mais uma vez, a saga do ex-soldado em busca de seu lugar no mundo. Ainda envolto em questões atuais, o novo filme – que conta com roteiro de Greengrass e Christopher Rouse, baseado no personagem de Robert Ludlum – peca apenas ao mostrar ‘mais do mesmo’.
Depois de nove anos, os fãs podem buscar uma nova revolução no gênero. Mas não é desta vez que Bourne vai – novamente – surpreender o público. Ainda assim, é MUITO melhor que muita coisa produzida atualmente. Vale a pena conferir.
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