Review | La Vingança

O cinema nacional parece ainda carregar o estigma de ter como seu carro forte as comédias. São inúmeras produções do gênero que chegam aos cinemas todo ano e geralmente com tramas apelativas ou atores globais que não tem a veia cômica necessária.

Em La Vingança, o diretor Fernando Fraiha (produtor de outras comédias como TOC: Transtornada Obsessiva Compulsiva e Os Homens São de Marte… E é pra Lá que Eu Vou!) faz sua estreia na direção com esta comédia que parece ter chegado alguns anos – ou décadas – atrasada.

No filme, Caco (Felipe Rocha da série Lili, a Ex) é um dublê que se prepara para pedir a namorada Júlia (Leandra Leal de Mato Sem Cachorro) em casamento, porém flagra ela e o renomado chef argentino Facundo (Adrián Navarro, de Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual) em uma transa. É aí que seu amigo Vadão (Daniel Furlan de TOC: Transtornada Obsessiva Compulsiva) tem a inusitada ideia de uma viagem à Argentina para vingar a honra de Caco e ficarem com o maior número de argentinas possível.

É a partir dessa trama aparentemente machista que o filme se desenrola num road movie divertido de se acompanhar, com situações que irão tirar risadas dos espectadores, mesmo com piadas manjadas de futebol como o embate Pelé ou Maradona e o fatídico 7 a 1. Peca apenas por não ter uma trilha sonora tão bem elaborada, pois é um elemento essencial no subgênero.

Os atores Felipe Rocha e Daniel Furlan entregam duas atuações onde não se pode exigir muito, dados os personagens que eles encarnam. Caco é o homem chato de meia idade que ainda não se encontrou e Vadão é o solteirão com espírito jovem que não faz sucesso nenhum com as mulheres. Apesar dos estereótipos, boa parte da plateia poderá reconhecer os dois personagens numa rodinha de amigos.

Entre os coadjuvantes – que não são muitos – nenhum merece grande destaque, temos a já conhecida Leandra Leal numa pequena ponta e também a belíssima atriz e cantora Aylin Prandi (Gianni e As Mulheres) que rouba as cenas com seu olhar hipnotizante, os demais têm seus cinco minutos de fama que agregam à comicidade da história.
Mesmo que o filme foque nessa rivalidade já ultrapassada para alguns, ainda assim ele tem seus méritos por fugir um pouco do padrão Globo de se fazer comédia com atores de novelas consagrados e tramas pessimamente conduzidas. O seu papel de divertir é cumprido.

 

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Rodrigo Gatti http://www.nerdinterior.com.br

Jornalista que não faz mais jornal. Nem é tão nerd, já que sabe até dançar. Lembra com avidez da época em que alugava De Volta para o Futuro nas famigeradas locadoras. Filho da era 16 bits, tem saudade do tempo em que sua maior preocupação era saber se o combustível do carro vermelho em Top Gear iria durar até o final da corrida. Hoje, seu maior problema é pagar contas com o salário de jornalista.

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