Review | Marvel vs Capcom: Infinite

Marvel vs Capcom é, talvez, uma das séries de jogos de luta mais admiradas pelos jogadores de todo o mundo. Marvel vs Capcom 3, foi o expoente desta franquia e, por muito tempo, foi a definição de como se fazer um jogo de luta em times. Agora, em 2017, a Capcom volta a franquia com Marvel vs Capcom: Infinite, que aproveita o embalo dos heróis da Casa das Ideias nos cinemas e tenta embarcar de carona neste mundo.

Entrando pela primeira vez no mundo dos jogos de luta com modo história, o novo título narra a história da fusão de Ultron (vilão do universo Marvel) e Sigma (vilão da série Mega Man), que se transformam em Ultron Sigma que, com o auxílio da Joias do Infinito, acaba colidindo os universos na tentativa de dominar os povos dos dois mundos com o poder da joias. Para impedi-lo, heróis da Marvel e da Capcom se unem para uma batalha que transcende o tempo e o espaço.

É neste modo história que Marvel Vs Capcom: Infinite derrapa bastante. Mesmo que seja muito interessante ver a interação entre os personagens dos dois mundos, o enredo parece um tanto apressado, obrigando o jogador a aceitar que, não importa o que tenha acontecido, estes personagens já se conhecem bem e estão unidos contra Ultron Sigma. O gosto que fica na boca é que a Capcom perdeu uma ótima oportunidade ao não aproveitar que resolveu incluir o modo história e fazer uma história de origem, com os heróis se conhecendo pela primeira vez. A ideia ajudaria ainda mais no tom de humor empregado. Ele está lá, mas poderia ser melhor explorado com um texto menos atropelado.

O modo história é também o alicerce de outro problema: seu apuro visual. Principalmente nas cenas de animação, quando as expressões dos personagens ficam mais evidentes, percebe-se que o título não é nenhum exemplo de boa animação de personagens. Apesar disso, durante a luta, o visual não compromete, tanto esteticamente quanto tecnicamente, e não provoca problemas que poderiam afetar o combate. Nos golpes especiais eles não decepcionam e são bastante impactantes a fim de mostrar o poder de cada golpe desferido.

Quando você cansa de jogar a história, o jogo te oferece os modos multiplayer mas, com praticamente um mês após seu lançamento, Marvel Vs Capcom: Infinite ainda fica devendo quando o assunto é ser humilha…. jogar com outros jogadores online. Há muitos modos de jogo como as partidas ranqueadas, partidas casuais, para iniciantes e outras tantas, no entanto, mesmo um mês depois foi difícil encontrar uma partida. Só obtivemos sucesso entrando no lobby de partidas e buscando por alguma outra alma penada que estivesse na mesma missão. Por isso, há muito pouco a se falar dos combates multiplayer do jogo.

Mas Marvel vs Capcom: Infinite brilha mesmo onde, obrigatoriamente, deve brilhar: na jogabilidade. Se tivéssemos que escolher uma palavra para a definir ela seria equilíbrio, porque, em primeiro lugar, o combate é convidativo para jogadores novos ou menos experientes na franquia, mas ainda promove o desafio de encaixar combos e golpes mais complexos que atraem os jogadores mais experientes. No final da balança, mesmo que seja mais acessível, Infinite premia a habilidade e conhecimento do jogador.

Muito disso acontece em razão do combate ser mais cadenciado. Pode esquecer aquela tela que mais parece a praia de Copacabana na noite de Ano Novo, cheia de fogos de artifício. Agora, em vez de três personagens cada jogador pode lutar com dois e, em compensação, no lugar da assistência de combo, entrou a troca ativa de personagens. Traduzindo, agora, você pode iniciar um combo com o Capitão América, jogar o adversário para o alto e chamar o X para emendar outro combo. A troca é bastante fluída e simples e a facilidade de poder realizar combos automáticos (é só apertar soco fraco sem parar) incentiva essa prática nos jogadores.

Outro ponto positivo no combate é a adição das Joias do Infinito. Antes da luta os jogadores podem escolher qual joia utilizarão levando em conta o poder que cada uma concede aos lutadores no combate. Há joias que deixam o personagem mais rápido, outra que aumenta o dano desferido por cada golpe, etc. A variedade contribui para que o jogador experimento diversas combinações de personagens e joias, até encontrar aquela que melhor se adapte.

Em resumo, Marvel vs Capcom: Infinite é um bom jogo de luta, mas que não soube caminhar corretamente pelo mundo dos modos de história. A Capcom, claro, ainda incrementará o jogo por meio de DLCs, trazendo novos personagens e, talvez novos modos e uma continuação a história. A esperança é possíveis futuras adições contribuam para que o jogo alcance o que, um dia, Marvel vs Capcom 3 foi para os jogadores mais entusiastas.

 

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Este review foi produzido com uma cópia de Xbox One cedida pela assessoria de imprensa da Capcom.

Marvel vs Capcom: Infinite está disponível para PS4, Xbox One e PC.

Rodrigo Gatti http://www.nerdinterior.com.br

Jornalista que não faz mais jornal. Nem é tão nerd, já que sabe até dançar. Lembra com avidez da época em que alugava De Volta para o Futuro nas famigeradas locadoras. Filho da era 16 bits, tem saudade do tempo em que sua maior preocupação era saber se o combustível do carro vermelho em Top Gear iria durar até o final da corrida. Hoje, seu maior problema é pagar contas com o salário de jornalista.

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